Fiéis celebram dia de São Cristóvão com missas e orações

Paróquia está com programação especial nesta quarta-feira (25)

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  • Gil Santos

Publicado em 25 de julho de 2018 às 16:38

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Marina Silva/CORREIO

A movimentação de fiéis na Paróquia São Cristóvão, no bairro de mesmo nome, está acima do normal nesta quarta-feira (25). É que hoje é celebrado o dia do santo, protetor dos motoristas e dos viajantes e, por isso, muita gente está visitando o templo desde cedo para participar das missas especiais. Igreja está em festa para homenagear o padroeiro dos motoristas e viajantes (Foto: Marina Silva/ CORREIO) O motorista Jorge Alberto Carvalho, 56 anos, trabalha há 36 anos como rodoviário. Ele acorda por volta das 2h todos os dias para trabalhar. Nesta quarta, antes de sair, ele assistiu a uma missa pela televisão e colocou a carteira de habilitação e o crachá da firma para serem abençoados pelo padre.

No final do expediente, o motorista subiu as escadas da paróquia de São Cristóvão para a missa de meio-dia, passou pela estátua do santo com o menino Jesus nos ombros e entrou no templo para agradecer por mais um dia de trabalho.

“Sou católico desde menino, mas minha devoção por São Cristóvão começou depois que me tornei rodoviário, por ele e por Nossa Senhora. Ele me protege e me abençoa todos os dias. Hoje, vim agradecer por tudo o que conquistei e por ele está sempre comigo”, disse.

Muitos fiéis levaram objetos para serem abençoados durante as missas. A primeira celebração aconteceu às 7h, foi seguida de carreata pelas principais ruas do bairro e de bênção aos motoristas. Jorge Alberto agradece pelas bençãos e pela profissão de motorista (Foto: Marina Silva/ CORREIO) Missa O segundo encontro foi ao meio-dia, presidido pelo frei italiano Giorgio Minosini, da Fraternidade Franciscana de Betânia. Ele contou que São Cristóvão era filho de um rei que governava o território da atual Arábia Saudita quando decidiu abandonar a vida de príncipe para servir a um rei mais poderoso que seu pai.

O monarca escolhido pareceu ser corajoso e destemido, até o momento em que Cristóvão descobriu que ele sentia medo de uma coisa: do demônio. O jovem príncipe resolveu então servir à Satanás, acreditando que ele era o mais poderoso dos líderes. Mas certo dia viu quando Lúcifer se assustou ao passar por uma cruz e, então, percebeu que Deus era o maior de todos os reis e resolveu servi-lo. Frei Giorgio Minosini preside a cerimônia (Foto: Marina Silva/ CORREIO) Cristóvão foi catequisado e batizado por um monge. Por ser um homem alto e forte, recebeu como missão ajudar as pessoas na travessia de um rio perigoso. Certo dia, um menino pediu para fazer o caminho, ele colocou o pequeno nos ombros, mas enquanto fazia a passagem percebeu que o garoto ficou pesado demais. Cristóvão precisou se apoiar em um cajado para conseguir terminar a travessia. Segundo a igreja, a criança era cristo e representava o peso do mundo.

“Existem, pelo menos, duas interpretações para essa história. Primeiro, o rio perigoso, onde se podia morrer, e o peso da criança, uma grande dificuldade nessa travessia, simbolizam os desafios e as dificuldades de ser cristão e a necessidade de persistir lutando até concluir o caminho”, disse o frei.

A segunda análise de Minosini está em Jesus ter se apresentado como um menino. Na visão do frei isso simboliza a necessidade de cuidado e atenção para com o próximo. O peso da criança representa a responsabilidade de educar os outros e os riscos e sacrifícios dessa educação. Maria Bispo é devota de São Cristovão há mais de 50 anos (Foto: Marina Silva/ CORREIO) Cuidado A aposentada Maria Damiana Bispo, 70 anos, tem dois filhos que são motoristas e contou que desde criança os três foram educados na religião cristã. Faz 50 anos que ela mora no bairro de São Cristóvão e que é devota do santo.

“Meus filhos fizeram catequese e primeira comunhão. Dos três, apenas dois ainda seguem a religião, mas todos receberam os ensinamentos da igreja. Todos os dias peço por eles a São Cristóvão e eles só não estão aqui hoje porque estão trabalhando. Meu neto também foi catequisado e fez primeira comunhão. Fiz minha parte”, afirmou.

No final da missa, os motoristas foram convidados até à frente do altar e receberam água benta aspergida pelo frei. A celebração foi encerrada com salva de palmas e gritos de ‘Viva a São Cristóvão’. Os festejos serão finalizados às 19h, quando o bispo auxiliar, Dom Marco Eugênio Galrão Leite de Almeida, presidirá a Missa Festiva na paróquia