Fiéis lotam igreja para render homenagens e fazer pedidos à Santa Luzia

Devotos fizeram fila extensa para pegar a água da gruta da santa padroeira dos olhos

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  • Wendel de Novais

Publicado em 13 de dezembro de 2021 às 18:57

- Atualizado há um ano

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. por Arisson Marinho/CORREIO

O vai e vem de fiéis na Rua do Pilar dava dicas e a multidão reunida em frente à Igreja Nossa Senhora do Pilar e Santa Luzia confirmava: esta segunda-feira (13) foi dia da santa padroeira dos olhos, conhecida por seus milagres em relação à visão. Por isso, não faltou gente e nem celebrações. 

Missas eucarísticas em homenagem à Santa Luzia foram celebradas desde cedo em cinco horários diferentes. Ao longo do dia, os devotos não paravam de chegar para agradecer e entrar na fila que dá acesso para a gruta da santa e à sua água, meio pelo qual os milagres são concedidos segundo a fé.

A crença no poder de cura da água é tão forte que, mesmo com o sol forte, centenas de pessoas entraram na fila e esperaram mais de uma hora em média para chegar na gruta. Quem se dispôs a isso não se contentava em encher garrafas apenas para si. Era fácil ver fiéis com muitas vasilhas para familiares e pessoas queridas.

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Devoção e fé

A aposentada Antônia Mota, 63 anos, presta homenagem para Santa Luiza todos os anos e sempre repete o ritual de levar a água da gruta para os seus.

"Vou levar para minha irmã que mora em Alagoinhas e para os meus vizinhos. E dar um banho na minha filha pra desembaraçar a vida dela, que tá sem emprego", fala Antônia, devota da padroeira dos olhos há muitos anos.  Antônia levou garrafinhas para entes queridos (Foto: Wendel de Novais/CORREIO) Tanta devoção por Santa Luzia pode ser explicada pelos inúmeros casos de cura contados por fiéis que recorreram a ela. A aposentada Rivanda Pereira, 65, chegou a perder a visão de um olho quando era jovem, mas afirma ter sido curada por conta da santa.

"Eu tive uveíte e médicos chegaram a dizer que eu não ficaria boa. Perdi a visão do olho direito. Porém, eu prometi que, se eu ficasse boa, nunca em minha vida eu deixaria de vir aqui nesse dia. Recuperei a visão e, desde então, venho todo dia dela. E vai ser assim enquanto eu estiver viva", garante Rivanda. Rivanda vai à missa na igreja todo 13 de dezembro (Foto: Wendel de Novais/CORREIO) Assim como tinha gente agradecendo a bênção alcançada, teve quem apareceu lá ainda aguardando o milagre. Caso da artesã Rosimeire de Oliveira, 63.  Ela fez uma cirurgia de catarata que gerou uma inflamação em um dos seus olhos.

“Eu fiz a promessa a ela de que ia lavar meus olhos com a água da gruta para ficar boa. Fui em hospitais antes, mas sei que depois de hoje não vou mais voltar. Estou há mais de uma hora na fila com esse sol e feliz porque tenho fé em Santa Luzia”, diz Rosimeire. Rosemeire foi buscar água para curar inflamação (Foto: Wendel de Novais/CORREIO) Igreja cheia

Além de Rosimeire, Rivanda e Antônia, milhares de pessoas passaram pelo local ao longo das celebrações. Diferente do ano passado, deu para ter casa cheia nas missas, o que foi celebrado pelo Cardeal Dom Sergio da Rocha, arcebispo de Salvador e primaz do Brasil.

"Essa festa traz ânimo e esperança. As pessoas sabem que não estão sozinhas e podem contar com Santa Luzia para ter a luz que precisam para enxergar o caminho a seguir.  Por isso, hoje estamos em um maior número de pessoas cheias de esperança, mas sem desobedecer as regras", pontua. Igreja recebeu muitos fiéis ao longo do dia (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) Dom Sergio fez questão de frisar que a pandemia ainda tem causado preocupações e, por isso, a Igreja segue os protocolos e incentiva a vacinação.

"Pandemia, infelizmente, não terminou e é importante a máscara e a vacina. Na festa de Santa Luzia, aproveito para ressaltar que precisamos cuidar de nós e dos outros que estão à nossa volta. Vacinar é um gesto de amor ao próximo", concluiu.

*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro