Filme estrelado e produzido por Wagner Moura estreia dia 17 na Netflix

CORREIO assistiu e conta detalhes obre Sergio, cinebiografia do diplomata Sérgio Vieira de Mello

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  • Laura Fernades

Publicado em 9 de abril de 2020 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Netflix/Divulgação
Sérgio ao lado do ex-presidente dos EUA George W. Bush

Tema de pelo menos seis livros e cinco filmes, a história do diplomata carioca Sérgio Vieira de Mello (1948-2003) ganha novo destaque a partir do dia 17, data de estreia do filme Sergio na Netflix. Protagonizada e produzida pelo ator baiano Wagner Moura, a cinebiografia vista em primeira mão pelo CORREIO resgata os últimos dias de vida do alto-comissário da Organização das Nações Unidas (ONU).

Assassinado por conta de sua atuação em defesa dos direitos humanos, em um atentado reivindicado pela Al-Qaeda, Sérgio é lembrado no filme como o oficial mais poderoso na história da ONU, com o posto diplomático mais alto já ocupado por um brasileiro. Sua empatia e sua experiência política apaziguadora ganham destaque na superprodução que mistura ficção com depoimentos e imagens reais.

“Sérgio era um brasileiro, assim como eu, e é muito importante, especialmente no atual momento do Brasil, tê-lo como exemplo de um homem que tinha empatia, algo que acredito que muitos líderes mundiais atuais poderiam se beneficiar muito”, disse Wagner Moura, durante o lançamento mundial do filme no Festival de Cinema de Sundance, nos EUA, em janeiro.

Para viver Sérgio, o ator aparece grisalho e alguns quilos mais magro que em seu papel como Pablo Escobar, na série Narcos. A narrativa cheia de ação e flashbacks, que fazem as quase duas horas de duração passarem rápido, acompanha Sérgio em uma difícil missão em Bagdá, aceita a pedido do ex-presidente dos Estados Unidos (EUA), George W. Bush, que defendia as operações militares pela “paz no Iraque” do então ditador Saddam Hussein (1937-2006).

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Afetivo Enquanto narra como uma explosão fez a sede da ONU em Bagdá cair literalmente sobre Sergio, o filme é costurado com fatos marcantes da vida pessoal do diplomata. O principal deles, com maior destaque na trama, é sua relação com a economista argentina Carolina Larriera, interpretada pela atriz cubana Ana de Armas que foi indicada ao Globo de Ouro em 2020, por Entre Facas e Segredos.

A difícil tarefa de conciliar sua missão de diplomata com sua vida pessoal é bem forte no drama que é baseado no livro O Homem Que Queria Salvar o Mundo – Uma Biografia de Sérgio Vieira de Mello, da diplomata americana Samantha Power. Dirigido pelo também americano Greg Barker, que produziu um documentário homônimo, Sergio tem roteiro de Graig Borten, indicado ao Oscar em 2014 por Clube de Compras Dallas.

O filme presta uma bela e afetiva homenagem ao embaixador brasileiro conhecido por seu carisma e sua capacidade de negociação. Mas a sensação ao assistir à cinebiografia é que uma hora e 56 minutos não são suficientes para dimensionar os 34 anos de atuação profissional de Sérgio.

Representante especial da administração transitória da ONU no Timor-Leste, entre 1999 e 2002, onde criou uma nova Constituição e trouxe a democracia para o país, Sérgio atuou de forma bem-sucedida em países como Bangladesh, Moçambique, Líbano e Camboja. O filme acaba sendo, portanto, um convite para conhecer um pouco mais sobre esse líder humanitário.