Fim de ano: como planejar o estoque

Caso a mercadoria não tenha saída, o ideal é recorrer às promoções

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  • Maryanna Nascimento

Publicado em 23 de outubro de 2017 às 06:20

- Atualizado há um ano

Janúsia Rosa Passos, proprietária da loja de moda feminina Hits Moda, relembra o aprendizado que foram os primeiros finais de ano à frente do seu negócio. “Achava que se soubesse atender e cobrar no caixa seria suficiente. Comprava de qualquer jeito, exagerava em alguns itens; chegava o outro ano e não tinha saída”. Hoje, doze anos depois e com algumas capacitações na bagagem, ela acerta muito mais quando o assunto é o estoque para as vendas de fim de ano - período em que as suas vendas chegam a dobrar.

Uma das coisas que ela aprendeu durante essa década como empreendedora é prestar atenção naquilo que os clientes procuram. Para não errar a receita, a lógica é simples: “Faço o pedido maior das peças que sei que terão saída boa e, assim que vende, faço reposição das favoritas”, explica. Para Ana Paula Tozzi, diretora-executiva da AGR Consultores, essa prática ajuda no cálculo para prever o estoque de fim de ano. “A projeção da demanda é a somatória da performance do ano anterior subtraída dos ‘erros’ de planejamento identificados, somada às perspectivas econômicas e às apostas do varejo (lojas novas, novas categorias, investimento em mídia, outros)”, diz.

Para aqueles que estão com medo da crise afetar as vendas do período, Fabrício Barreto, técnico do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-Bahia) pondera. “O poder de compra aumenta não só pelo período natalino, mas também pelo aporte financeiro que será inserido nesse final de ano na economia, como a última cota do imposto de renda e o 13º salário”, expõe. Por outro lado, ainda é importante levar em consideração um plano B para o caso da mercadoria ficar parada. “É preciso pensar em algo que caso não seja vendido no final do ano possa ser escoado durante os outros meses”, aconselha. De acordo com Ana Paula, se houver sobra depois das festas, é importante lembrar que o “varejo está preparado para ter de 10% a 15% de saldo de estoque que serão liquidados a um percentual já planejado na margem inicial”. Caso esse saldo seja muito superior aos planos, a saída é o desapego. Para isso, vale dar descontos e fazer promoções. O ideal é fazer caixa para poder dar sequência às próximas compras. “Não se seduza com o ‘eu acho que vou vender porque isso ou aquilo’”, diz.