Foguete cai próximo à Embaixada dos Estados Unidos em Bagdá

Dois foguetes Katyusha foram lançados na área das embaixadas, diz agência

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  • Da Redação

Publicado em 8 de janeiro de 2020 às 19:45

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Ahmad Al-Rubaye/AFP

Dois foguetes caíram na chamada área das Embaixadas, na Zona Verde de Bagdá, no Iraque, nesta quarta-feira (8), de acordo com informações do comando militar iraquiano. Ainda não há relato de vítimas.

Segundo informações da agência Reuters e da rede de TV americana CNBC, fontes policiais afirmam que um dos foguetes, do tipo Katyusha, caiu a cerca de 100 metros da Embaixada dos Estados Unidos.

Em um vídeo publicado no Twitter, é possível ouvir o barulho do que seriam as explosões na Zona Verde, que abriga prédios governamentais e missões estrangeiras. 

Assista.

Início da retaliação Nessa terça, duas bases com soldados americanos no Iraque foram atacadas pelo Irã na primeira manobra de retaliação do Irã pela ação dos EUA que terminou com a morte do general iraniano Qassem Soleimani, em Bagdá.

A Guarda Revolucionária do Irã assumiu a responsabilidade pelos lançamentos dos mísseis. O presidente dos EUA, Donald Trump, fez uma declaração televisionada na tarde desta quarta-feira (8) em que falou sobre os ataques iranianos a bases que abrigam forças americanas e iraquianas no Iraque.

"Não sofremos perdas. Todos nossos soldados estão a salvo e só alguns danos nas nossas bases. Nenhuma vida americana ou iraquiana foi perdida", afirmou. Ele ainda determiou mais sanções ao Irã. "Essas sanções permanecerão (em vigor) até o Irã mudar de comportamento", acrescentou.

Trump voltou a dizer que Soleimani foi responsável pela perda de vidas americanas em atentados e estava planejando novos atos de terror. Disse ainda que ele estava com "as mãos cheias de sangue americano e iraniano". 

Ele ainda afirmou que os mísseis usados ontem contra foram "pagos pelos EUA" por conta de acordos feitos pela administração anterior, do presidente Barack Obama. Também chamou outros países para "reconhecer a realidade", citando Reino Unido, Alemanha e China."O Irã pode ser um grande país. Mas a paz não vai prevalecer no Oriente Médio enquanto o Irã fomentar o terror", afirmou, pedindo mais envolvimento da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na região. "Toleramos o comportamento do Irã por muito tempo, mas esses dias terminaram".O governo americano deixou o acordo nuclear de 2015 com o Irã e, após a escala de conflitos na última semana, o país persa afirmou que também não o cumprirá mais. "Enquanto eu for presidente, o Irã nunca terá uma arma nuclear", reafirmou Trump.

"Os EUA estão prontos para abraçar a paz com todos que a procuram", disse ainda o presidente americano, que destacou que apesar disso o país está "preparado para qualquer coisa".

"Tudo está bem" Ainda nessa terça, Trump usou o Twitter para minimizar o ataque iraniano. Ele escreveu que "tudo está bem". O americano, no entanto, diz que informações sobre vítimas e danos materiais ainda estavam sendo levantadas nos locais atingidos. 

"Até agora, tudo bem", tuitou Trump, às 23h50 (horário de Brasília). "Mísseis lançados pelo Irã em duas bases militares no Iraque. Avaliação de baixas e danos acontecendo agora. Por enquanto, tudo bem", disse. "Nós temos a mais poderosa e bem equipada força militar em qualquer lugar do mundo, de longe."

A cúpula de assessores mais próximos ao presidente se reuniu na Casa Branca logo após o bombardeio, que atingiu as bases militares de Ain Al-Assad, no oeste do Iraque, e em Irbil, no norte do país. As bases pertencem às Forças Armadas do Iraque e abrigam militares dos Estados Unidos.

A presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, afirmou, também no Twitter, que está monitorando de perto a situação após o ataque as bombas no Iraque. Ela criticou provocações ao Irã feitas por Trump. "Precisamos garantir a segurança dos nossos cidadãos em serviço, incluindo terminar com provocações sem necessidade do governo e exigir que o Irã cesse sua violência."

Ela disse, ainda, que os Estados Unidos e o mundo "não podem se permitir uma guerra".