Folia raiz: Carnaval do Pelô tem homenagem aos 70 anos do trio elétrico

Irmãos Macêdo tocaram clássicos, além de muitos solos da guitarra baiana, clássicos como Chame Gente, Prefixo de Verão e até Love of my Life.

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  • Thais Borges

Publicado em 21 de fevereiro de 2020 às 23:09

- Atualizado há um ano

. Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

Um Carnaval das antigas - daqueles "raiz" mesmo. Era assim que boa parte dos foliões definia a folia no Centro Histórico na noite desta sexta-feira (21), quando foi inaugurada a programação oficial dos shows do palco do Largo do Pelourinho. 

Por isso mesmo, a abertura talvez não pudesse ser outra: o Trio Armandinho Dodô e Osmar e os Irmãos Macêdo, comemorando os 70 anos da invenção do trio elétrico em um show especial. Depois dos filhos de um dos inventores do trio, um show justamente daquele que foi o primeiro cantor de trio elétrico: Moraes Moreira.

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No repertório dos Irmãos Macêdo, ao longo das duas horas de apresentação, além de muitos solos da guitarra baiana, clássicos como Chame Gente, Prefixo de Verão e até Love of my Life."Que festa bonita! O nosso Carnaval começou, o Carnaval do trio elétrico. Viva Dodô e Osmar!", decretou Armandinho, assim que subiu ao palco. "Que festa bonita. É assim que a gente quer o Carnaval: cheio de paz, alegria e música", completou.Para André Macêdo, o momento é de valorizar a iniciativas do Carnaval para a pipoca. "O velho Dodô sempre dizia: 'meu trio é do povo. Não boto corda jamais!'. Fico feliz de esse movimento da pipoca crescendo cada vez mais. Hoje mesmo vi a de Saulo e estava maravilhosa", disse. 

Aroldo Macêdo fez coro. "A gente continua escrevendo essa história", completou.

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A técnica em educação Marlene Carvalho, 79, estava era uma das que não parava de dançar, ao lado das netas e sobrinhas. Apaixonada pela folia no Pelourinho, ela costuma vir todos os anos. "Eu venho desde que era solteira! E já estou prestes a fazer 80, imagine. Aqui é o melhor local para curtir, com uma programação excelente. Armandinho, Dodô e Osmar... Ave Maria! Não tem igual, não".

Também fã dos Irmãos Macêdo, a comerciante  Eliane Braga, 56, curte todos os circuitos, mas não deixa de ir ao Pelourinho. "Aqui tem a galera das antigas, da minha faixa etária e ainda posso prestigiar Armandinho", explicou. (Foto: Thais Borges/CORREIO) Uma das principais diferenças do Largo, para ela, é a presença dos turistas. "Tem um fluxo muito grande, mas o Pelourinho em si é fora de série. Tem a diversidade cultural. Como soteropolitana, eu sinto essa magia". 

O casal de argentinos Fátima, 63, e Ricardo Blanco, 62, escolheu o Carnaval de Salvador para festejar o aniversário de 40 anos de casamento. Já tinham vindo à Bahia em outras três ocasiões, mas nunca para o Carnaval. (Foto: Thais Borges/CORREIO) "Estamos achando tudo muito bom. Bem organizado, seguro. Tem gente de todo tipo", comentou Fátima. Os dois chegaram a Salvador no último dia 14 para passar duas semanas. Já visitaram até a Ilha dos Frases, mas a folia, especificamente, vai ser só no Pelourinho. "Nos aconselharam a vir para cá por ser mais tranquilo, natural e popular",  completou Ricardo. 

A segurança foi o maior motivo para que a cabeleireira Vanessa Prata, 33, trouxesse os dois filhos - Kaíque, 9, e Luis Carlos, 15. "Eu até vou para a Barra também, mas sozinha. Com eles, só venho para cá. Aqui é o Carnaval das origens e ainda tem os Irmãos Macêdo e Moraes Moreira. Se acabar o Carnaval daqui, acabou para mim. Hoje cheguei cedo e não tenho hora para sair", contou. (Foto: Thais Borges/CORREIO) A cantora e compositora Dilu Machado, 65, já tinha até desfilado com um grupo de amigos no bloco Boca de Sapo nesta quinta, mas decidiu estender a noite no Pelourinho quando viu quais eram as atrações dos shows do palco. "Eu fiquei porque meus sobrinhos são apaixonados. Aí eu lembrei que eu também sou apaixonada por essa diversidade musical. Esse palco relembra a cultura dos Carnavais do passado. Remonta muito os da minha infância", revelou. (Foto: Thais Borges/CORREIO) Moraes Moreira também exaltou a história da folia. "Eu já passei por tantos carnavais aqui na Bahia e o povo no chão  pedia para a gente cantar. E hoje em dia o  trio elétrico é essa loucura toda", disse. "Aqui, no Pelourinho, se forma. Viva o Pelourinho!", completou, entre uma música e outra.

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