Fundação Palmares deve excluir metade do seu acervo

Além de Marx e Engels, autores excluídos vão de H. G. Wells a Marco Antônio Villa

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  • Da Redação

Publicado em 16 de junho de 2021 às 00:13

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação/Fundação Palmares

No final da última semana, a Fundação Palmares publicou um relatório intitulado "Retrato do Acervo: A Doutrinação Marxista".   De acordo com o documento, o acervo da fundação conta com 9.565 títulos, dos quais 46% são de temática negra, enquanto 54% são de temática alheia à negra.   "Todas as pessoas de bem ficarão chocadas ao descobrir que uma Instituição mantida com o dinheiro dos impostos, sob o pretexto de defender o negro, abriga, protege e louva um conjunto de obras pautadas pela revolução sexual, pela sexualização de crianças, pela bandidolatria e por um amplo material de estudo das revoluções marxistas e das técnicas de guerrilha", escreve o presidente da fundação, Sérgio Camargo, no começo do relatório.   Além de obras de Marx, Engels e Lênin, a lista de livros que devem deixar o acervo da fundação conta com autores como Max Weber, Eric Hobsbawn, H. G. Wells, Celso Furtado, Marco Antônio Villa.    Entre os títulos considerados fora do padrão da Fundação está o ‘Dicionário do Folclore Brasileiro’, obra do historiador Câmara Cascudo. De acordo com o relatório, trata-se de "um livro não só gramatical e ortograficamente desatualizado, mas com páginas soltas e exibindo um forte cheiro de mofo".    De acordo com o relatório, nenhum livro será destruído.   "Assim como um livro exclusivamente sobre sistemas hidráulicos será excluído simplesmente por ser um livro sobre sistemas hidráulicos, os marxistas também serão. Porque, a rigor, tanto o marxismo quanto os sistemas hidráulicos nada têm a ver com o escopo da Palmares e com a cultura negra", diz o documento.   De acordo com o relatório, 54% do acervo contém temas como "sexualização de crianças, ideologia de gênero, pornografia e erotismo, manuais de guerrilha, manuais de greve, manuais de revolução, bandidolatria, bizarrias".   Parte do material foi dividido em grupos como "iconografia delinquencial", "iconografia sexual", "intromissão partidária", "sexualização de crianças", "pornografia juvenil", "técnicas de vitimização", "livros esdrúxulos e destoantes", "livros eróticos, pornográficos e 'pedagógicos'", "livros de/e sobre Karl Marx", "livros de/e sobre Lênin e Stalin" e "material obsoleto".   O documento foi elaborado pela equipe do coordenador-chefe do Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra, Marco Frenette.   Sérgio Camargo já havia anunciado, no começo do mês, que todos os arquivos atrelados ao guerrilheiro comunista Carlos Marighella serão excluídos do acervo da instituição.