Futuro ministro avisa que vai cortar verba do Sistema S

Repasses para entidades como o Sesc e o Senai podem cair até 50%

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  • Da Redação

Publicado em 18 de dezembro de 2018 às 06:00

- Atualizado há um ano

O futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou, ontem, no Rio,   que pretende horizontalizar os impostos, acabando com isenções e subsídios, cortando, inclusive, verbas do Sistema S, que deve sofrer redução em torno de 30%, podendo chegar a 50% dos repasses. “Estão achando que a CUT perde o sindicato, mas aqui fica tudo igual? Como vamos pedir sacrifício para os outros e não contribuir com o nosso?”, questionou.

O Sistema S engloba organizações do sistema produtivo, como Sesi, Senat, Senai e Sesc, entre outros. As entidades desse sistema não são públicas, mas recebem repasses do governo. “Eu acho que a gente tem que cortar pouco para não doer muito. Se tivermos interlocutores inteligentes, preparados, que quiserem contribuir como o Eduardo Eugênio (presidente da Firjan), a gente corta 30%. Se não tiver, é 50%”, disse ele.

Ao iniciar sua palestra para empresários, na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan),  Guedes afirmou que ainda há empresários que esperam pelo protecionismo do governo, assim como acontece com sindicalistas. Em sua opinião, “o Brasil é um país rico, virou o paraíso de burocratas, de piratas privados, em vez de ser o país do crescimento econômico”.

O futuro ministro disse que também é necessário fazer uma reforma do Estado e garantir um novo eixo de governabilidade, com a retomada do pacto federativo, e “corrigir a hipertrofia do governo federal”. “Nós queremos recompor o federalismo, descentralizar recursos para os estados e municípios. Levem os recursos, levem as atribuições”.

Paulo Guedes voltou a defender o sistema de capitalização como o melhor para a Previdência, mas admitiu que já não é possível fazer uma transição que inclua todos os trabalhadores. Por isso, a saída é reformar o atual sistema de repartição, “geneticamente condenado”, deixando o sistema de capitalização para gerações futuras. Guedes não fez menção à atual proposta de reforma da Previdência que está no Congresso.