Gangorra é instalada na cerca entre EUA e México e crianças brincam juntas

Ideia é unir, de maneira lúdica, pessoas dos dois lados da fronteira

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  • Da Redação

Publicado em 30 de julho de 2019 às 16:34

- Atualizado há um ano

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O filme "O Menino do Pijama Listrado" narra a bela amizade entre duas crianças: uma filha de nazistas e a outra judia. No longa, os meninos, que em tese nasceram fadados a serem rivais, criam uma forte relação e transmitem a mensagem de que a felicidade e a inocência dos pequenos podem superar os muros, no sentido figurado, criados por adultos.

Adultos como Donald Trump, que deseja instalar um muro, no sentido literal, na fronteira entre os Estados Unidos e o México. Em alguns locais onde o presidente americano deseja erguer a construção de concreto, hoje já existem cercas.

Se aproveitando do vão entre as cercas, dois professores universitários americanos instalaram gangorras no espaço vazio. O brinquedo fica em um trecho da fronteira entre El Paso (EUA) e Ciudad Juaréz (México). Crianças de ambos os lados da fronteira, de diferentes nacionalidades, agora brincam juntas. "O que é feito de um lado tem impacto no outro. E isso é o que a gangorra faz. Exatamente isso", disse o arquiteto Ronald Rael, um dos idealizadores do brinquedo.

O conceito já tem dez anos, de acordo com o jornal “The Guardian". Foi elaborado por Rael, que tem a cadeira de arquitetura da Universidade da Califórnia em Berkeley, e pela professora Virgínia San Fratello, do departamento de design da Universidade Estadual de San José, também na Califórnia.

Rael, um dos responsáveis pela obra, escreveu um texto no Instagram sobre a instalação no qual a descreve como uma das experiencias mais incríveis da carreira dele e da professora San Fratello."[Foi] um evento cheio de alegria, animação e união na fronteira. O muro virou literalmente o ponto de sustentação para as relações dos EUA com o México e crianças e adultos foram conectados de forma significante em ambos os lados com o reconhecimento de que as ações que acontecem em um lugar devem ter consequências diretas do outro. Incríveis ‘obrigados’ a todos que fizeram esse evento possível."Em entrevista à agência France Presse, a mexicana Ailiana Vitela, que está do lado mexicano, declarou que "é muito triste que algo como uma barreira nos separe, porque há mexicanos do outro lado da fronteira assim como há americanos desse lado, e nos perguntamos o que podemos fazer para ver um ao outro", disse.