Governo Bolsonaro censurou no Enem questão sobre violência policial na Bahia

Temas como feminismo, lutas sociais e Ditadura Militar foram barrados

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  • Da Redação

Publicado em 18 de novembro de 2021 às 18:13

- Atualizado há um ano

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As censuras promovidas pelo governo Bolsonaro ao Enem começaram já em 2019. Na edição daquele ano, de acordo com a revista Piauí, 66 questões foram reprovadas por "gerar polêmicas" e atingir tópicos que seriam sensíveis ao presidente e as ideologias que defende. 

Em 2019, atendendo aos desejos do presidente, o então presidente do Inep, Marcus Vinícius Rodrigues, montou uma equipe para analisar ideologicamente as questões do exame. O grupo, composto por um procurador de Justiça, um diretor do Inep e um ex-aluno de Ricardo Vélez Rodríguez, então ministro da Educação, se reuniu ao longo de dez dias em março de 2019 e usou carimbos de “sim” e “não” para aprovar ou rejeitar questões. 

Uma delas falava sobre segurança pública e mencionava, em uma das alternativas de resposta, a violência da polícia na Bahia. Foi censusara por ser "ofensiva à força policial baiana", apontou o trio de censores.

Temas relacionados à Ditadura Militar, feminismo, lutas sociais e desigualdade social foram barrados. Uma questão que apontava problemas na redução da maioridade penal, tema defendido por Bolsonaro naquele ano, também foi reprovada.

Ainda de acordo com a revista, diversos poemas e tirinhas, incluindo algumas da Mafalda, também não puderam entrar na prova por "serem polêmicas".