Governo contratará empresa para avaliar estrutura do antigo Centro de Convenções

Licitação realizada anteriormente não teve interessados; contratação será por dispensa de licitação

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  • Da Redação

Publicado em 27 de março de 2019 às 04:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Marina Silva / Arquivo CORREIO

O governo do estado irá contratar uma empresa no modo de dispensa de licitação para avaliar as estruturas remanescentes do Centro de Convenções da Bahia, no Stiep. A dispensa, publicada no Diário Oficial desta terça-feira (26), ocorreu depois que nenhuma empresa manifestou interesse na licitação aberta em 28 de fevereiro.

“A Secretaria da Administração (Saeb) fará a busca de empresas capacitadas e interessadas no objeto licitado para viabilizar a contratação”, informou a Secom, em nota.

O estado considera necessária a presença de engenheiros civis de obras, engenheiros estruturalistas, engenheiros civis orçamentistas, técnicos de edificações, técnicos de segurança, lixador alpinista, ajudante de operação em geral e desenhista/cadista, para avaliar o que sobrou do Centro após desabamento parcial em 23 de setembro de 2016.

Dentre os materiais que devem ser avaliados estão diversas treliças, parafusos, vigas, escadas de saída de emergência, estruturas de concreto, além de uma análise dos danos causados pelo desabamento parcial.

 A avaliação de engenharia tinha valor estimado em R$ 323 mil no edital publicado em 28 de fevereiro e deveria ser realizada em 60 dias corridos. A sessão foi marcada para o último dia 20, mas, como não houve nenhum interessado, a licitação foi considerada 'deserta'. A disputa se daria pela modalidade de menor preço.

Destino Ainda não há uma definição pública de qual será o destino do antigo Centro de Convenções. O que existe é o desejo de construção de um novo equipamento pelo governador Rui Costa (PT). Não foi definido, no entanto, onde ele seria instalado: se no Parque de Exposições ou no Comércio. Também não há avanços nas licitações para obras.

O prédio sofreu um desabamento parcial no dia 23 de setembro de 2016. Um laudo do Departamento de Polícia Técnica (DPT), assinado pelo diretor-geral do órgão, Elson Jefferson Neves, ao qual o CORREIO teve acesso com exclusividade, afirmou que o desabamento foi causado por falta de manutenção do equipamento.

Nas visitas, os peritos constataram que a ação do salitre e a falta de manutenção adequada resultaram no desmoronamento.

“O imóvel estava localizado em área de forte influência de ventos salitrosos e com exposição da estrutura às intempéries, o que exige um tratamento especial para manutenção de suas boas condições. Durante a perícia, os signatários verificaram que o ambiente apresentava evidências de descuido e falta de manutenção em toda a sua estrutura”, diz um trecho do laudo.

Ainda de acordo com o laudo, os dois tirantes que desabaram sustentavam a viga do pavimento 33 e “romperam devido ao adiantado processo de oxidação”.

“Foram realizadas medições das espessuras do aço nos dois tirantes indicados como iniciantes do desabamento e foram encontradas dimensões inferiores a 2mm para a parte superior do tirante esquerdo e inferiores a 3mm para a porção inferior do tirante direito”, diz o laudo. A espessura mínima deveria ser de 3,18 mm.