Governo da Bahia quer usar dinheiro da venda do Parque de Exposições pagar ponte SSA-Itaparica

Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia critica venda do parque

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  • Da Redação

Publicado em 27 de setembro de 2020 às 14:59

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (FAEB), representante dos produtores e Sindicatos Rurais baianos, em conjunto com as instituições do setor agro, emitiram nota pública neste final de semana, discordando da intenção do projeto de venda do Parque de Exposições, divulgado pela imprensa anunciado pelo governador Rui Costa no dia 23 de setembro. 

Em nota, a Faeb informou que "o espaço é um equipamento público de grande importância para a economia da Bahia, não agregando apenas ao setor Agropecuário, com exposição e comercialização de animais e produtos agrícolas, mas todos os segmentos produtivos, como a Indústria, pela compra e venda dos insumos produzidos, e o Comércio de bens, Serviços e Transporte, através da geração de empregos e recolhimento de tributos ao Governo durante cada evento".

Ainda no documento, a Faebe e demais entidades reforçam a importância do equipamento. "Certamente, a arrecadação gerada pelo agronegócio, que tem mantido a balança comercial do Brasil nesses anos difíceis, cobre, com folga, a manutenção do Parque de Exposições, vital para a continuidade dos negócios de todos os segmentos, como já foi pontuado. É importante ressaltar que o êxito do setor rural garante também a manutenção das pessoas no campo, evitando o deslocamento precário para as cidades. Um campo forte é garantia de uma Bahia forte também. Além disso, as atividades acadêmicas, de difusão de conhecimento, tecnologia, capacitação profissional e desenvolvimento do empreendedorismo têm, nos eventos no Parque de Exposições, espaços cada vez maiores, que precisam ser estimulados e não inviabilizados com fechamento sumário anunciado. Pretender vender o Parque de Exposições sem a prévia discussão com os setores afins, como está se pretendendo fazer, é, no mínimo, demonstração de indiferença por esse segmento econômico que emprega, exporta e gera renda para toda a sociedade, é fechar um equipamento público essencial e em funcionamento.

Confira a nota na íntegra: 

Procurado neste domingo (27) pelo CORREIO para comentar sobre o comunicado das entidades, o governo do estado enviou posicionamento feito pelo governador Rui Costa no dia que anunciou a intenção de venda.

“Vamos publicizar para o mercado nacional e internacional as oportunidades de negócios para áreas públicas que vamos vender. Queremos valorizar essas áreas e por isso iremos estruturar os projetos  (...) Vamos convidar todo mundo interessado em conhecer as áreas e elaborar projetos. Em dado momento, vamos fazer o leilão dessas áreas e vamos vender a área do Detran/Rodoviária, Centro de Convenções, Parque de Exposições e outras áreas na cidade e no estado”, afirmou o governador destacando que terá fazer as vendas para ajudar a financiar o pagamento de obras estruturantes (a exemplo da contrapartida para a construção da ponte Salvador-Itaparica, no valor de R$ 1,5 bilhão) e também obras de infraestrutura. Costa destacou que com esses projetos haverá uma geração de emprego. 

A convocação de interesse nas áreas, segundo o governador, será publicada nos próximos dias de acordo com o parecer da Procuradoria Geral do Estado.