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Da Redação
Publicado em 25 de outubro de 2019 às 08:06
- Atualizado há 2 anos
Com seis assessores de Jair Bolsonaro convocados pela CPI mista das fake news, o governo tenta reduzir o desgaste com a presença deles no Congresso e avalia recorrer à Justiça para que tenham o direito de ficar em silêncio diante dos parlamentares. O jornal O Estado de S. Paulo apurou que alguns dos servidores já foram procurados por auxiliares do presidente para receber orientações.>
A lista dos que foram chamados inclui pessoas que trabalharam na comunicação da campanha eleitoral de 2018 e agora ocupam cargos no Palácio do Planalto, como integrantes do chamado "gabinete do ódio". O termo é usado internamente no governo para se referir ao núcleo composto pelos assessores especiais da Presidência Tércio Arnaud Tomaz e José Matheus Sales Gomes, além de Mateus Diniz, lotado na Secretaria de Imprensa. Os três são ligados ao vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (PSC), filho do presidente.>
Entre os convocados também estão duas assessoras que trabalharam na AM4 Inteligência Digital, empresa contratada pela campanha de Bolsonaro. São elas Rebecca Félix e Taíse Feijó, que chegaram ao governo pelas mãos de Gustavo Bebianno, ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência, demitido em fevereiro após desentendimentos com Carlos.>
A CPI investiga a disseminação de notícias falsas nas eleições de 2018. Adversários tentam usar a comissão para encontrar irregularidades na campanha que elegeu Bolsonaro. A oposição é maioria no colegiado e tem imposto sucessivas derrotas ao governo.>
Rebecca coordenou uma equipe de comunicação digital na campanha de Bolsonaro, responsável pela atualização das redes sociais, e chegou a prestar depoimento em ação no Tribunal Superior Eleitoral que investiga o disparo de mensagens em massa por WhatsApp. A assessora foi demitida do cargo que ocupava no Palácio no último dia 17. Procurada pela reportagem, ela não quis comentar a convocação.>
Taíse, lotada atualmente na Secretaria de Modernização do Estado, entrou no governo como assessora do gabinete de Bebianno, um dos principais articuladores da campanha de Bolsonaro. Na AM4, ela ajudou a operar a estratégia de comunicação digital do então candidato. A Secretaria-Geral não comentou a convocação da servidora.>
Além delas, a comissão também aprovou anteontem a convocação do secretário de Comunicação, Fabio Wajngarten, e do assessor especial da Presidência, Filipe Martins. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.>