Governo só finalizou compra de metade das doses de vacinas anunciadas

Ministério anunciou 560 milhões, mas só tem 280 milhões confirmadas

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  • Da Redação

Publicado em 5 de maio de 2021 às 11:56

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Marcelo Casall / Agência Brasil

O Ministério da Saúde, durante propaganda exibida na TV aberta, garantiu ter comprado 560 milhões de doses de vacinas contra a covid-19. No entanto, em ofício enviado à Câmara dos Deputados, a pasta confirmou apenas metade desses imunizantes.

Segundo a Secretaria de Vigilância em Saúde, ligada ao ministério, "registros documentais demonstram que foram celebrados acordos para fornecimento" de cerca de 281 milhões de doses de vacinas, enquanto outras 281,9 milhões ainda "estão em fase de negociação". As informações são do Uol.

Entre as doses de imunizantes contra a covid-19 ainda em tratativas, estão:210,4 milhões de doses da AstraZeneca em parceria com a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz); 30 milhões de doses da CoronaVac; 41,5 milhões de doses que viriam a ser fornecidas pelo Covax Facility, consórcio internacional da OMS (Organização Mundial da Saúde); Em publicação feita no fim de março no perfil do Ministério da Saúde em seus perfis oficiais nas redes sociais, foi dito que "foram compradas mais de 560 milhões de doses de vacinas". O post ainda segue no ar.

A resposta do Ministério da Saúde veio após questionamento do deputado federal Gustavo Fruet (PDT-PR), que perguntou ao ministério se "houve a efetiva compra/negociação de 560 milhões de doses ou apenas o indicativo de intenção de compra".

"É muito grave. Além da clara falta de organização e planejamento no enfrentamento à pandemia, o governo ainda usa dinheiro público para criar falsas expectativas na população sobre o plano de vacinação", disse, em nota, o deputado paranaense.

Ainda de acordo acordo com o Uol, a Assessoria de Comunicação Social do Ministério da Saúde informou que a produção e veiculação da publicidade com o anúncio de compra das 560 milhões de doses contra a covid-19 teve custo total de R$ 1,1 milhão aos cofres públicos.

A publicidade foi veiculada no dia 25 de março em sete inserções em cinco canais da TV aberta — TV Globo, Record TV, SBT, Band e RedeTV! — e tinha o objetivo de ressaltar "o compromisso do governo federal em vacinar toda a população".