Guerreirinhos: Shih-tzus resgatados são colocados para adoção

Veja pré-requisitos para ser um adotante; há ainda mais de 1.250 animais sem raça definida em busca de um novo lar

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  • Fernanda Varela

Publicado em 4 de fevereiro de 2021 às 14:21

- Atualizado há um ano

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Quem vê tantos filhotes animados, pulando e brincando pode nem fazer ideia de que aqueles peludinhos são verdadeiros sobreviventes. Após conhecerem de perto a dor dos maus tratos, 13 Shih-tzus finalmente aguardam para conhecer seus novos lares.

Os filhotinhos que estão postos para adoção são aqueles que foram resgatados amontoados dentro de caixas, no porta-malas de um carro na cidade de Itaberaba, região da Chapada Diamantina. Dos 63 animais encontrados no final de agosto do ano passado, que seriam vendidos em petshops de Salvador, Recife e Petrolina, apenas 16 sobreviveram a mais de 30 dias de internação e muitos remédios. Agora, a Justiça liberou que eles possam encontrar um lar. Dos sobreviventes, 15 foram colocados à disposição para famílias interessadas, sendo que dois já encontraram um lar na tarde desta quinta-feira (4). Um outro shih-tzu ainda não será disponibilizado, por não estar totalmente saudável.

O processo de adoção é organizado pelo Instituto de Proteção Patruska Barreiro, em Salvador. Para que um desses peludinhos entre para a família, é necessário passar por um processo de entrevistas psicossociais feitas por psicólogos e veterinários, para que os atuais responsáveis avaliam se o pretendente tem condição de levar o animalzinho para casa. 

Quem for selecionado, terá que arcar com custos de castração, de R$ 550, e três doses da vacina antiviral (V10) do animal, no valor de R$ 210. Além disso, deverá assinar um termo de responsabilidade, onde se comprometerá a fornecer informações sobre os animais quando solicitado. O processo é feito desta maneira para evitar abandono e uso irresponsável dos animais para procriação e comercialização irregular dos cachorros.

Quem tiver interesse em participar, deve entrar em contato através do Instagram do instituto, @institutopatruska, ou através do WhatsApp (71) 99263-3732.

Para poder participar do processo é necessário ser maior de idade e a família que residir no mesmo imóvel deve concordar com a adoção do animal - só será permitida a adoção de um animal por núcleo familiar. Além disso, é necessário levar comprovante de residência e documento de identificação com foto, caso o candidato a tutor seja um dos escolhidos. O transporte do animal até o novo lar também é de responsabilidade do novo dono.

Disputados Logo quando os animais foram resgatados, 4.700 pessoas demonstraram interesse em adotá-los, mas ainda não era possível porque os animais estavam doentes, com sinal de desnutrição, desidratação e ainda eram muito novos. 

"Eles ficaram em lar temporário com nossas voluntárias e alguns ficaram com nossas veterinárias. Um deles está com uma situação bem delicada ainda, o ecocardiograma deu arritmia no coração e ele não será colocado para adoação agora. Vamos fazer o tratamento e só depois colocaremos. Foi todo um processo de tratamento e teve também o tempo da justiça permitir a adoção, porque o antigo dono dos animais queria de volta", explica Patruska.

Passados cinco meses, agora com eles já recuperados, o instituto divulgou um edital para selecionar os futuros tutores. Apenas 12h depois do anúncio, já são 1.500 candidatos a receber os bichinhos em casa.

O número alto não surpreende, por serem cães de raça. "É cultural, a população infelizmente valoriza mais os cães de raça. Essa procura toda nunca aconteceu com um cão SRD (sem raça definida), por exemplo. Cachorro é cachorro, quem ama, ama com ou sem raça. Peço que as pessoas abram o coração", diz Patruska, que alerta para os canis clandestinos.

"Não tem problema comprar cão de raça, não condeno isso, mas peço que façam em um canil sério. Depois dos Shith-zus, já tivemaos mais apreensões de canis clandestinos, porque as pessoas compram. Peço que busquem saber a procedência", avisa. Em 2020, inclusive, a Polívia Rodoviária Federal apreendeu quase 100 filhotes de cães transportados ilegalmente.

Mas, quem não tiver apego ao fato do cão ser de raça e quiser aumentar a família dando espaço a um cão sem raça definida, os famosos vira-latas, também podem procurar o instituito. Atualmente, mais de 1.250 cães e gatos esperam por uma oportunidade. Outros cães SRD estão à disposição para adoção (Foto: Divulgação) No caso dos SRD, o custo para adotar é menor. O adotante paga R$ 100 referentes à castração e se responsabiliza por vacinar o animal. O preço é mais baixo porque esses animais passam pela cirurgia com a anestesia venosa. 

"Os Shit-zus são braquicefálicos (ou seja, aquele cão que tem o focinho mais curto), então exigem anestesia inalatória, que tem um preço mais alto", explica Patruska. 

Por conta da pandemia, o instituto suspendeu as visitas presenciais para que os candidatos conheçam os animais e os candidatos ficam conhecendo os bichinhos por chamada de vídeo.