Guia de vacinação: O que você precisa saber antes de tomar as doses contra a covid-19

A imunização em Salvador começa nesta terça-feira (19), às 7h

  • Foto do(a) author(a) Carolina Cerqueira
  • Carolina Cerqueira

Publicado em 19 de janeiro de 2021 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Tiago Caldas/CORREIO

Depois de meses de espera, a vacinação contra a covid-19 finalmente será iniciada na Bahia, nesta terça-feira, 19, às 7h. A primeira pessoa a receber o imunizante será uma idosa residente no Centro de Geriatria e Gerontologia das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), que fica no Hospital Santo Antônio, na Cidade Baixa. A informação foi confirmada, nesta segunda-feira, 18, pelo prefeito Bruno Reis, que estará presente à cerimônia. O governador Rui Costa  também irá participar do ato.

O início da imunização em Salvador estava programado para às 10h de amanhã. Porém, após o aval da Anvisa e o início da distribuição das doses, nesta segunda-feira, a prefeitura optou por antecipar a imunização.

Para quem ainda têm dúvidas sobre como funcionará a campanha de vacinação, o CORREIO preparou um guia com perguntas e respostas que ajudam a entender todo o processo. Confira:

Quem será vacinado nessa primeira fase?

Ao todo, 188 mil pessoas deverão receber a vacina na Bahia inicialmente. Segundo o governo do Estado, foram encaminhadas 376.600 doses da CoronaVac para o Estado. Salvador receberá 45 mil doses, suficientes para imunizar cerca de 22 mil pessoas. Os primeiros a serem vacinados fazem parte do grupo prioritário: idosos que vivem em instituições de longa permanência, trabalhadores da saúde que atuam na rede de urgência e assistência direta aos pacientes com covid-19 (UPAs, gripários, Samu 192) e hospitais, incluindo os de campanha. A prefeitura ressalta que a população não deve se direcionar a nenhum ponto de vacinação neste momento. 

Quais são as fases do plano de imunização?

O plano inicial para a primeira fase prevê que todos os trabalhadores da área da saúde e toda a população idosa a partir de 75 anos seja vacinada com prioridade. Além disso, idosos com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência, asilos ou instituições psiquiátricas, e toda a população indígena, aldeados e povos de comunidades ribeirinhas também devem ser imunizados na primeira fase. Esse grupo reúne 168.355 pessoas. Na segunda fase, estão as pessoas de 60 a 74 anos. O grupo contabiliza 185.556 pessoas. Na terceira fase, estão pessoas com as comorbidades crônicas, obesidade e transplantados, somando 149.068 pessoas. Na quarta e última fase prioritária, com 69.858 pessoas, serão englobados os trabalhadores da educação, pessoas com deficiência severa, membros das forças de salvamento, funcionários do sistema de privação de liberdade, trabalhadores de transporte coletivo, transportadores rodoviários de cargas e privados de liberdade.

E os preparativos?

A prefeitura de Salvador garante estar preparada para aplicar cerca de 15 mil doses por hora. O esquema do Plano Municipal de Imunização prevê  a disponibilização de 202 salas e 506 boxes para a aplicação das doses, além de equipes de saúde que realizarão a vacinação extramuros, em insti- tuições que abrigam idosos e hospitais, em residências com indivíduos contemplados pelo plano prioritiário (veja acima) que encontram-se acamados, bem como a população de rua. A cidade dispõe de mais de um milhão de seringas e cerca de 450 mil agulhas no almoxarifado da rede municipal. Foram convocados 150 vacinadores.

E os pontos de vacinação na capital?

Em Salvador serão 23 centros, 9 pontos de drive-thru, 73  instituições de longa permanência e asilos, instituições hospitalares (para portadores de doenças crônicas internados e trabalhadores da saúde), domicílios para acamados e vacinação nas ruas para a população em situação de rua. Um desses locais será o Complexo de Saúde Clementino Fraga, nos Barris. Demais pontos serão divulgados conforme as vacinas forem chegando.

Em quais horários?

De segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Também há a possibilidade de estender o horário dos serviços para às 22h durante a semana; além de funcionar aos sábados, domingos e feriados. Para garantir maior segurança à população, será solicitado apoio dos profissionais de segurança para escoltar o transporte das doses e atuar nos locais de vacinação

Quem pode tomar vacina contra a covid-19?

O Plano Nacional de Vacinação apresenta contraindicações para menores de 18 anos, gestantes e lactantes porque as vacinas não foram testadas nesses grupos. Segundo o médico alergista Jorge Benevides, que atua no Cento Médico Garibaldi, as pessoas que já têm processos alérgicos pré-existentes devem ficar atentas. "Quem tem alergia a frutos do mar e ovo, por exemplo, deve ter atenção. Mas a gente não tem conhecimento neste exato momento de ninguém com alergia prévia que tenha tomado a vacina e desenvolvido algum quadro aqui no Brasil", pontua. 

O que precisa levar?

Quem for do grupo de risco precisa apresentar relatório médico que comprove a prioridade. Quem for se vacinar não precisa ter cartão de vacinação. A prefeitura vai contar com sistema informatizado para fazer ou atualizar o cadastro dos vacinados. O acompanhamento é exigência da Anvisa.  A pessoa precisa levar um documento, como o CPF e/ou Cartão do SUS, para quem já tem o documento.

Quando será aplicada a segunda dose?

O intervalo entre as aplicações deve ser de 14 a 28 dias.

Quando terá mais vacina disponível?

O Instituto Serum da Índia, que produz  2 milhões de doses da vacina de Oxford/AstraZeneca, acredita que os imunizantes devem ser enviados ao Brasil em duas semanas. O Instituto Butantan pediu à Anvisa nova autorização para uso emergencial de mais 4,8 milhões de doses da Coronavac. O governo da Bahia também aguarda decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a importação de 10 milhões de doses da Sputnik V, a vacina produzida pela Rússia.

A imunidade é imediata?

A imunidade só é garantida entre 30 e 60 dias após a aplicação da segunda dose da vacina. Por isso, as autoridades de saúde pública recomendam que os protocolos de segurança sejam mantidos, com uso rotineiro da  máscara facial, higiene com álcool em gel e zero aglomerações. Há a possibilidade de que, mesmo vacinada, uma pessoa pegue o novo coronavírus, não desenvolva a doença, mas transmitas, principalmente porque a imunização não irá acontecer em todas as pessoas ao mesmo tempo.

*Com a orientação da subchefe de reportagem Monique Lôbo