Guto critica vaias da torcida aos jogadores do Bahia: 'Querem o lateral do Liverpool?'

Treinador ficou chateado com as cobranças na derrota para o Athletico

  • D
  • Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2022 às 22:49

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia

A derrota do Bahia para o Athletico-PR por 2x1 no primeiro jogo das oitavas de final da Copa do Brasil deixou os tricolores chateados. Mas o técnico Guto Ferreira se mostrou ainda mais aborrecido com as vaias direcionadas para alguns jogadores durante a partida na Fonte Nova, na noite desta quarta-feira (22). 

Na entrevista pós-jogo, o treinador agradeceu aos torcedores que apoiaram os laterais Douglas Borel e Luiz Henrique. Os dois foram alvos da ira das arquibancadas. Luiz Henrique escorregou e não conseguiu cortar a bola que originou o segundo gol paranaense. De acordo com Guto Ferreira, os protestos tiveram influência negativa na equipe.  

“Quero agradecer ao torcedor que defendeu o Luiz Henrique, encobrindo as vaias injustas que ele recebeu, e lamentar que continuamos tendo, a cada erro, uma situação lamentável onde através das vaias parte da torcida tira toda a tranquilidade do jogador que errou e de todo o grupo, pois o grupo sente pelo companheiro. Quem fez isso não veio torcer para o Bahia. Veio torcer para si próprio. Torcer para um time que está vencendo é muito fácil. Agora torcer quando se precisa ultrapassar etapas... hoje foi isso. Uma equipe que é terceiro na Série B, jogando contra um time que está em terceiro na Série A. Jogando de igual para igual saímos na frente. Erramos, mas não deixamos de lutar”, iniciou o treinador.

“Dizer que o Borel não fez boas jogadas, não jogou bem. Ele tem 19 para 20 anos, é um ativo do clube, se abrir a boca aí tem muito clube querendo levar. Quem vamos trazer aqui? O lateral do Liverpool? Quem querem para o ataque? Os melhores do mundo? O que o torcedor quer? Porque se eles errarem vão ser criticados também”, completou.

Guto Ferreira aproveitou ainda para citar a situação de alguns jogadores do elenco tricolor. Segundo ele, o lateral Matheus Bahia está sendo preservado dos jogos em casa por conta da perseguição de alguns torcedores. Guto destacou ainda o momento vivido por Rodallega, que não balançou as redes desde que voltou de lesão e recebeu algumas críticas. 

 “O [Matheus] Bahia já está nessa condição, um jogador maduro. É só colocar ele dentro de casa que se errar traz a pressão para cima da equipe. Para pensar no melhor da equipe, estamos poupando, esperando passar essa fase para que amenize. Ele está treinando para caramba e a gente segurando”, disse.

 “Tem jogador [Rodallega] que há dez partidas era o suprassumo. Teve uma lesão, vem em um progresso, se cobrando, é um cara maduro, ainda não fez gol na Série B. Já tem zum zum querendo vaiar. Sei que 70%, 80% da torcida está do nosso lado e peço que esses cubram quem não está do nosso lado. ‘Há, mas é torcedor ferrenho, emotivo’. Se controla, você exaltado está prejudicando o Bahia. O que precisamos é apoio, não vaia. Se a equipe não estivesse correndo, se doando, eu seria o primeiro a aceitar as vaias”, continuou. 

Cabeça erguida Sobre a atuação do tricolor, Guto valorizou o jogo franco que o time fez contra o Athletico. Ele explicou a formação inicial, no 4-4-2, e disse que vai pensar na manutenção do esquema para os próximos jogos na Série B. 

“Tivemos um jogo de igual para igual, contra uma equipe que você não pode errar. Tomamos o primeiro gol em um cruzamento da intermediária onde o Christian apareceu como surpresa, erro nosso de cobertura, e no segundo a infelicidade do Luiz Henrique de escorregar. A cobertura estava correta. Foi uma infelicidade”, explicou.

“[Sobre a formação], foi a busca de tentar ganhar mais consistência defensiva e ter um poder de ataque com mais movimentação da bola. Por isso a entrada do Luiz Henrique, a ultrapassagem é mais rápida do que a do Djalma. Mugni teve muita coisa positiva, o posicionamento que a gente tentou em determinado momento o sacrificou, e o próprio Patrick, porque a gente não conseguiu compensar o lado oposto. O espaço de deslocamento de Mugni e Patrick para fechar o lateral oposto estava muito grande. O segundo gol aconteceu em um lance que o Mugni estava muito distante, não conseguiu chegar e saiu um passe rasteiro”, analisou.