Guto defende André, expulso contra o CSA: 'Não vamos crucificar ninguém'

Técnico analisou empate em Maceió e falou sobre lateral, que levou cartão vermelho direto

Publicado em 22 de abril de 2022 às 23:10

. Crédito: Felipe Oliveira/EC Bahia

O Bahia começou a Série B com um aproveitamento perfeito, com dois triunfos em dois jogos. Mas o embalo foi freado na noite desta sexta-feira (22), quando o Esquadrão ficou no empate em 1x1 com o CSA, no Rei Pelé, em Maceió, pela 3ª rodada da competição. 

Após o apito final, o técnico Guto Ferreira analisou o desempenho do tricolor. O comandante ressaltou a experiência do elenco do Azulão, e elogiou o início de partida do Bahia."Foi um jogo difícil, não foi fácil. O CSA foi um time montado para subir, muitos jogadores experientes. Nós começamos muito bem a partida, surpreendendo o adversário, jogando em cima deles. Fizemos o gol e aí o nosso time começou a baixar um pouquinho e começou a jogar muito em transição. E a gente tinha vários jogadores que não jogavam uma partida completa há muito tempo. Então queira ou não queira, perde um pouco do ritmo", disse Guto."Nós fizemos de cinco a seis arrancadas de contra-ataque. Tivemos uma delas com Daniel, próximo de marcar. Outras, nos precipitamos em alguns lances. Mas todos agudos, de transição, de 60, 70 metros. O que acontece? Começa a inchar a perna. O time deles era um time mais de jogar compactado. À medida que a gente cansou, momentaneamente se afogou. Nossa equipe deixou de marcar alto porque passou a não conseguir apertar eles alto", completou.

Para o duelo, Guto Ferreira não teve, mais uma vez, o artilheiro Rodallega, que se recupera de lesão. Raí também não viajou, com desgaste físico. Durante a partida, Rezende precisou ser substituído, após sentir uma fisgada. Guto falou sobre os problemas da equipe, mas ressaltou uma boa partida, apesar das dores de cabeça.

"Nós fomos para o jogo e o principal jogador da equipe, em termos de experiência e o goleador [Rodallega], não estava em campo. Perdemos cedo Rezende. Raí não estava em campo, nem como opção. Borel não estava em campo. Ignácio, desgastado, foi poupado. Mugni, que seria uma boa troca, está em processo de recuperação. Luiz Henrique terminou o último jogo bastante desgastado. Ainda assim, fizemos um jogo bom, tivemos próximos de ganhar, fora de casa. Isso é plantel, que a gente começa a melhorar. Trabalho e muita entrega deles".

Outras mudanças na escalação titular vieram nas laterais: Luiz Henrique foi substituído por Matheus Bahia, enquanto Jonathan ficou com a vaga do suspenso Douglas Borel. Mas os dois tiveram atuações criticadas pelo torcedor. Principalmente, Jonathan, que sentiu dificuldade na marcação de Osvaldo. O treinador, porém, evitou culpar o jogador.

"O Mozart mudou a equipe durante a partida, deixou de fazer a saída com quatro e fez com três, colocou o Osvaldo na ponta. Isso nos gerou dificuldade. Mudamos o lado do Jacaré e equilibramos um pouco. Jonathan não podia sair na caça de Osvaldo, se não ele abria espaço. Aí tivemos um erro de posicionamento lá dentro da área, um erro que acontece. Não foi erro do Jonathan, não foi erro do Jacaré. Foi um momento que eles conseguiram ter espaço", afirmou.

No segundo tempo, Guto Ferreira trocou Jonathan por André, da base. Mas, nos acréscimos, o lateral acertou o rosto de Lucas Barcelos, e recebeu o cartão vermelho direto. O técnico defendeu o jogador, assim como Douglas Borel, que foi expulso na rodada anterior, contra o Náutico."Não vamos crucificar ninguém. A gente não pode esquecer que o menino tem 18 anos e o outro [Borel] fez 20 agora. Não podemos esquecer que eles estão sendo lapidados, que eles jogam no Bahia, que não jogam em uma equipe de empresário, onde não tem pressão nenhuma. Eles se pressionam. São torcedores do clube, que estão no clube desde muito cedo... São situações que isso tudo é pressão diferenciada, às vezes até dentro de casa. Agora os dois estão 100% prontos? Não. Ninguém está 100% pronto quando transita do Júnior para o profissional. É a minutagem que vai dando experiência. Esses meninos, para serem o que a gente espera, têm que ser apoiados. E a gente vai puxando a orelha internamente", disse.O Bahia volta a jogar na próxima terça-feira (26), quando recebe o Sampaio Corrêa na Arena Fonte Nova. A partida está marcada para às 21h30, pela 4ª rodada da Série B.

Confira outros trechos da entrevista coletiva de Guto Ferreira:

Desgaste dos atletas Ninguém reclamou de condicionamento físico, de trabalho, quando voltamos do jogo contra o Cruzeiro. Começa o jogo do Náutico o time estava bem para caramba. Aí tivemos uma expulsão e jogamos 90 minutos com um jogador a menos e sustentamos o resultado. Nisso, jogamos na sexta. Na terça, contra uma equipe que vinha descansada. Que tivemos que trabalhar para caramba para tentar fazer o gol neles. Vem três dias e joga de novo, fora de casa. Daqui a quatro dias, vamos de novo para dentro do campo. Depois, mais três dias. Tem que ter plantel. Quem tem time, ganha jogo. Quem tem plantel, tem chance de ganhar campeonato.

Escolha por Jonathan e não André Primeiro porque eu não posso queimar os dois de uma vez só. Segundo que hoje, em termos de maturidade, o Jonathan está na frente. O André é importante, tem espaço, mas temos que respeitar a ordem das coisas. Até porque precisamos encorpar para ter a melhor equipe dentro de campo.

Davó e Rildo Com Davó, a gente tem mais jogo direto, que traz coisas positivas e traz algumas coisas um pouco diferentes. Que podem fazer a equipe sentir. Em um jogo direto, você vai e volta, tem hora que tem que cadenciar. Ele é muito rápido, briga 90 minutos. Carné fez uma defesa fantástica em um lance dele. No primeiro tempo, tínhamos dois corredores. O Jacaré também, Marco Antônio acompanhando o ritmo. Só que chegou o momento em que eu precisava de alguém que segurasse a bola, e chegou Rildo. Ele fez a equipe respirar mais e atacou com qualidade. Naquele momento do jogo, em que o rival estava desgastado, ele fez uma ótima partida. Isso é um processo. A gente está conhecendo os jogadores de uma maneira mais completa agora. Percebe coisas que, até então, não tinha leitura. Vai moldando as situações.