Há 50 anos, Paul McCartney se separava dos Beatles

Anúncio foi feito para a imprensa em 10 de abril de 1970. Uma semana depois, o britânico lançaria o primeiro álbum solo

  • D
  • Da Redação

Publicado em 10 de abril de 2020 às 22:31

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação

Uma das principais febres da cultura popular mundial, a banda britânica The Beatles, encontrava há exatos 50 anos um ponto crucial para a trajetória: a saída do baixista, compositor e vocalista Paul McCartney do grupo, anunciada pela imprensa em 10 de abril de 1970, que marcou a separação do “Fab Four”. O surgimento do grupo com a formação conhecida e venerada até hoje - McCartney, John Lennon, Ringo Starr e George Harrison - se deu em 1962. A separação oito anos depois foi o auge de uma série de atritos acumulados pelo quarteto de Liverpool ao longo dos anos.

Ainda hoje, Paul segue um dos principais nomes da música global. Figura constante em terras brasileiras, já fez show em Fortaleza, no Estádio Castelão, em 2013. Na carreira solo, firmou parcerias com nomes como Michael Jackson e Rihanna. Sem contar registros ao vivo e trabalhos com outras bandas, lançou 17 álbuns de estúdio - sendo o mais novo datado de 2018. Em notícias mais recentes, ele é um dos artistas confirmados para a transmissão global “One World: #TogetherAtHome", no próximo dia 18, evento realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em parceria com a cantora Lady Gaga para apoiar o isolamento social e arrecadar recursos para o combate mundial à Covid-19.

O início dessa trajetória bem sucedida teve o primeiro passo dado justamente há 50 anos. O primeiro álbum solo do britânico, McCartney, foi lançado em 17 de abril de 1970. Uma semana antes, em 10 de abril daquele ano, o jornal britâncio Daily Mirror anunciava, com destaque, que Paul estava deixando os Beatles - apesar de o artista não ter afirmado o fato categoricamente.

No dia anterior, foi entregue à imprensa o material de promoção do disco solo de Paul. Nele, uma entrevista do artista abordava alguns pontos relacionados à banda. Respondendo se o novo trabalho era uma “distanciamento” dos Beatles ou o início de uma carreira solo, ele respondeu que ele era as duas coisas. Afirmou que “realmente não sabia” se a separação era temporária ou permanente e ainda creditou o movimento a diferenças pessoais, de negócios e musicais. Finalmente, perguntando se via a parceria de composições com Lennon ocorrendo novamente, foi taxativo: “Não”.

Foram falas suficientemente abertas para a imprensa encará-las como um anúncio de separação e, então, a data sagrou-se como a do término do grupo - apesar da dissolução formal e contratual ter se dado de fato somente em 1975. O distanciamento dos integrantes remontava a um período ainda anterior ao ano de 1970. O final da década 1960 foi marcado por atritos entre os quatro e, também, pelo lançamento de trabalhos paralelos à banda. Lennon fortificou a parceria musical com Yoko Ono entre 1968 e 1970. “Eu lancei quatro álbuns e não disse uma palavra sobre sair (da banda)”, afirmou à revista Rolling Stone em 14 de maio de 1970, criticando McCartney. Harrison, no mesmo período, lançou três álbuns. Starr e Paul foram os dois últimos, lançando trabalhos solo somente em 1970. A partir daí, sabe-se, o que se seguiu virou história.