Heloísa Prazeres é eleita imortal da Academia de Letras da Bahia

Ela sucede o ex-governador Roberto Santos, falecido em fevereiro, e ocupará a cadeira de número 26

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  • Da Redação

Publicado em 4 de junho de 2021 às 20:21

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Jamison Pedra

Poeta, ensaísta e professora universitária aposentada, Heloísa Prazeres foi eleita Imortal da Academia de Letras da Bahia (ALB) em eleição que ocorreu nesta sexta (4). Prazeres foi indicada como candidata única e recebeu 29 votos. Ela ficará na cadeira que pertencia ao ex-governador Roberto Santos, falecido em fevereiro deste ano. A cadeira de número 26 era ocupada por ele desde 1971.

A cerimônia de posse está prevista para o próximo mês de julho. Ela será se junta a outras 6 mulheres que ocupam as cadeias da ABL, que tem um total de 40 membros atualmente.

Heloísa é natural de Itabuna, nascida em 21 de junho de 1946, filha de sergipanos migrados para o Sul da Bahia. Na cidade natal, às margens do rio Cachoeira, cercada pelas plantações de cacau e pela Mata Atlântica, passou infância e adolescência. 

Teve fortes estímulos à leitura dentro de casa e também era ouvinte de histórias fantasiosas, vindas da cultura oral. Chegou a Salvador no início dos anos 1960 e foi aluna noo Colégios Severino Vieira e Central da Bahia. Passou na Universidade Federal da Bahia para cursas Letras Vernáculas, com Inglês e mais tarde se tornou professora da graduação onde onde aluna. 

Tem cinco livros publicados, a maioria deles falando ou fazendo poesia. A partir de 82, cursou o doutorado em Literatura (no Departamento de Línguas e Literaturas Românicas da Universidade de Cincinnati, Ohio, EUA).

No retorno ao país (1985), teve intensa participação na vida acadêmica da Instituição FACS (hoje UNIFACS), quando fez uma espécie de retorno à semente e dispôs-se a adaptar estudos acadêmicos a um formato de livro, sobre o modo de formar de três narradores baianos, Jorge Amado, Adonias Filho e Herberto Sales (na perspectiva de narrativas de testemunho, narrativas da terra. Em 2000, publicou Temas e Teimas em narrativas baianas do centro-sul. Estabeleceram-se novas bases estruturais e conceituais no seu itinerário, quando, em 2003, ingressou na Fundação Cultural do Estado da Bahia, a fim de coordenar a criação de um Núcleo de Referência Cultural e subsequentes bases de planejamento do Projeto Referência Cultural em Rede, que como principal meta, visou à colocação do Estado da Bahia nas correntes de compartilhamento do seu patrimônio. 

Os resultados deste trabalho foram descritos em artigo que consta do livro Arcos de sentidos, literatura, tradução e memória cultural (2018). Voltou-se, desde então, com exclusividade para atividades de escrita autoral, predominantemente de poesia, tradução, edição, organização de obras literárias.  Foi Professora adjunta, hoje aposentada, do Instituto de Letras da UFBA. Foi titular na Universidade Salvador, Unifacs.