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Gil Santos
Publicado em 15 de setembro de 2021 às 15:09
- Atualizado há 2 anos
Um jovem de 22 anos foi retirado de casa, em Jauá, no município de Camaçari, por quatro homens que estavam vestidos como policiais e apresentavam distintivo, porém eram na verdade criminosos. A vítima foi sequestrada e os bandidos conseguiram R$ 100 mil como pagamento pelo resgate. O caso aconteceu em junho, mas os primeiros homens que participaram do crime foram presos nesta quarta-feira (15).>
As prisões fazem parte da Operação Cangalha, que consiste em uma série de ações de enfrentamento a organizações criminosas em todo o Nordeste, através da Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça (SEOPI/MJ). No caso de Camaçari, a quadrilha é especializada em crimes de extorsão mediante sequestro.>
O delegado Adailton Adam, responsável pela investigação, contou que os bandidos estavam monitorando a rotina da vítima. O rapaz é filho de um empresário e estava em casa, em um condomínio, quando foi surpreendido por quatro homens que diziam ser policiais. Os bandidos usam farda e até distintivo. Ele foi levado até um carro que esperava do lado de fora e, em seguida, foi anunciado o sequestro.>
“A vítima foi encapuzada, enquanto os criminosos faziam contato com a família. O pai do jovem conseguiu levantar R$ 40 mil e entregou a um dos bandidos, e eles conseguiram transferir mais R$ 60 mil das contas da vítima. Toda a ação durou cerca de 9 horas e, depois de consegui o dinheiro, eles deixaram a vítima em um bairro de Salvador”, contou o delegado.>
A família procurou a polícia logo após o ocorrido e o primeiro desdobramento das investigações aconteceu nesta quarta-feira quando dois suspeitos foram presos nos bairros de Plataforma e Cabula, em Salvador. O terceiro homem estava na cidade de Feira de Santana quando foi localizado e detido. Foram expedidos mandados de prisão para outros dois suspeitos e eles estão sendo procurados. Todas as prisões são preventivas, ou seja, por tempo indeterminado.>
“Acreditamos que essa quadrilha está envolvida com outras situações de extorsão mediante sequestro e sabemos que existem outras pessoas que fazem parte do grupo, então, a investigação continua. É importante frisar que as pessoas que forem vítimas desse tipo de crime devem procurar a polícia de imediato”, afirmou o delegado.>
Uma das pistas que levou os investigadores até os suspeitos foram as transações bancárias. Os R$ 60 mil transferidos via PIX da conta da vítima passou pelas contas dos três homens que foram presos nesta quarta-feira, e um deles foi responsável também por pegar os R$ 40 mil entregues pessoalmente pelo pai do jovem. A Justiça determinou o bloqueio das contas, mas a polícia ainda não sabe se o dinheiro foi recuperado.>
Os três presos não tiveram os nomes divulgados. Os investigadores apreenderam celulares e documentos, e estão em buscas do fardamento e dos distintivos falsos. Desde o começo do ano, a polícia registrou 24 casos de sequestro na Bahia, sendo que 18 deles aconteceram em Salvador ou Região Metropolitana, mas o delegado acredita que haja subnotificação porque muitas famílias, intimidadas pelos bandidos, não procuram a polícia.>
A Coordenação de Repressão a Extorsão Mediante Sequestro do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco) está com outras investigações em andamento que fazem parte da Operação Cangalha, mas os resultados serão divulgados apenas nos próximos dias.>
As ações estão ocorrendo nos bairros de Plataforma, São Marcos, Pernambués, Sussuarana e Cabula, e no município de Camaçari, e tem participação também de equipes da Coordenação de Operações Especiais (COE).>