Ídolo na Bulgária, Marcelinho tem desafio no retorno ao Brasil

Meia é apresentado oficialmente pelo Vitória e participa de segundo treinamento

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  • Daniela Leone

Publicado em 31 de julho de 2020 às 15:37

- Atualizado há um ano

. Crédito: Letícia Martins/EC Vitória

Ídolo na Bulgária, o meia Marcelinho ainda é um desconhecido para o torcedor do Vitória e brasileiro em geral. No Ludogorets Razgrad, clube que defendia desde 2011, ele conquistou nove títulos consecutivos do Campeonato Búlgaro, além de duas Copas da Bulgária e quatro Supercopas. Aos 35 anos, o amazonense retorna da Europa com um novo desafio: ajudar o Vitória a voltar à Série A do futebol brasileiro. 

Enquanto se prepara para reestrear nos gramados do país onde nasceu, Marcelinho se apresenta à torcida: "Eu me considero um meia ofensivo. Um organizador, que tenta ajudar a equipe nesse ponto. Lógico, recompondo para ajudar, mas a minha função é um pouco mais ofensiva, ajudando nessa parte de criação do meio de campo ao ataque", afirmou após o treinamento desta sexta-feira (31).

Sem jogar desde o dia 21 de junho, quando defendeu o Ludogorets pela última vez, Marcelinho promete se esforçar, mas não garante estar pronto para a estreia da Série B do Campeonato Brasileiro, dia 8 de agosto, quando o Vitória receberá o Sampaio Corrêa, às 19h, no Barradão. 

"Tem um tempinho aí. De fato ainda não estou 100%. Eu não gosto nem de comentar isso na imprensa, porque fica como uma desculpa. Se eu estiver no dia 8, vou dar o máximo para estar 100% ou bem perto dos 100%, mas a partir do momento que entrar em campo, não quero dar desculpa da parte física ou algo do tipo. Se eu entrar, é para tentar ajudar e espero ajudar desde o primeiro jogo", afirmou. 

Anunciado como reforço do Vitória na segunda-feira (27), Marcelinho desembarcou em Salvador na quarta (29), iniciou exames e se apresentou na Toca do Leão na quinta (30), quando fez o primeiro treino com bola. Nesta sexta, ele participou da atividade tática comandada pelo técnico Bruno Pivetti no gramado do Barradão.  

"É importante também já chegar e entrar no treinamento normal do elenco para que esse ritmo venha o mais rápido possível, pois a gente não tem muito tempo. Esses treinos de ontem e hoje não tenha dúvida que já me ajudaram para pegar o ritmo. Hoje foi um treino tático, meio que coletivo, mas amanhã vai ser coletivo, então isso tudo para mim vai ser muito importante para entrar nesse ritmo o mais rápido possível e estar pronto no dia 8", projetou o meia, que assinou contrato até o final da Série B. A competição terminará em 30 de janeiro de 2021 por causa do atraso no calendário provocado pela pandemia de coronavírus.

Marcelinho contou que já tinha planos de retornar ao Brasil e que a presença de Bruno Pivetti no Vitória pesou positivamente para a decisão. "Já tinha muito tempo longe do Brasil e da família. Eu já tinha esse objetivo de estar retornando ao Brasil e, quando surgiu o nome do Vitória, realmente fiquei feliz, porque todo jogador que fica muito tempo fora precisa de uma readaptação e ter uma pessoa que já trabalhou com você, que já te conhece e conhece o seu trabalho, ajuda muito. Vai me ajudar muito na readaptação, no entrosamento com o elenco, dentro de campo também. Isso pra mim foi um ponto positivo, além de toda tradição, camisa e nome do Vitória", afirmou.

Bruno Pivetti foi quem indicou Marcelinho ao Vitória. Eles trabalharam juntos na temporada 2017/2018, no Ludogorets, quando o atual técnico rubro-negro era auxiliar de Paulo Autuori. "Temos uma relação boa, mas totalmente profissional, com muito respeito. Eu conheço muito bem o potencial do Bruno, sei com quem ele teve a escola, é um excelente treinador. É uma relação boa, confio no trabalho dele e tenho certeza, por ter a indicação, que ele também confia no meu", acrescentou. 

Além de Pivetti, Marcelinho também já trabalhou com o zagueiro Maurício Ramos. Juntos, eles foram vice-campeões paulistas pelo São Caetano, em 2007. 

Marcelinho começou a carreira no Rio Negro, de Manaus, e teve passagem pelo São Paulo. Além do São Caetano, ele defendeu também Cascavel-PR e Catanduvense-SP antes de se transferir para o Al-Nasr, dos Emirados Árabes, em 2008. Retornou ao Brasil em 2009 para defender o Mogi Mirim e depois o Bragantino, na Série B de 2010. A equipe paulista terminou a competição na 8ª colocação, a 10 pontos do G4, e não conseguiu o acesso.

"Na época o Bragantino tinha uma boa equipe e fizemos um bom campeonato. É uma competição intensa, de muita pegada e muita correria. Meu segundo treino foi hoje e vejo que o nosso elenco tem muita qualidade e a pegada que é necessária na Série B, então acredito que a gente pode pensar em coisas grandes, porque temos elenco para isso", vibrou Marcelinho.