Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Da Redação
Publicado em 11 de fevereiro de 2017 às 18:30
- Atualizado há 2 anos
O ministro-chefe da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, disse neste sábado (11) que não haverá anistia aos policiais militares que estão parados há oito dias no Espírito Santo. Ele deu a declaração após reunião de quatro ministros com o governador licenciado Paulo Hartung, e o governador em exercício, César Colnago, no Palácio Anchieta, sede do governo capixaba.>
“Aqueles que, porventura, imaginam que terão qualquer tipo de iniciativa na linha de anistia no Congresso Nacional, de obter anistia para os amotinados, eu quero deixar claro que não terá a menor possibilidade de apoio base política do presidente Michel Temer. É importante deixar claro porque existem movimentações iludindo pessoas que estão em greve como se fossem assim: aconteceu a greve e não vai nenhuma tipo de penalização”, disse Imbassahy.>
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, também participou da reunião, mas saiu sem falar com a imprensa. A assessoria de Janot divulgou nota em que informa que a Procuradoria-Geral da República pode pedir a federalização de eventuais crimes cometidos pelos policiais. A federalização consiste em deslocar a competência processual da Justiça Estadual para a Justiça Federal para dar mais isenção e melhores condições à investigação.>
“Diante do grave comprometimento da ordem pública evidenciado pelas inúmeras mortes, falta de transporte público, fechamento de órgãos públicos e do comércio, além do impasse gerado pela manutenção da paralisação e aquartelamento das forças estaduais, a Procuradoria-Geral da República estuda a possibilidade de postular a federalização de crimes como o de motim”, diz a nota.>
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, reiterou que as tropas das Forças Armadas e da Força Nacional ficarão “o tempo que for necessário” no estado para restabelecer a segurança e a ordem. “A normalidade já está sendo restabelecida no Espírito Santo”, afirmou.>
Em relação à mobilização de policiais militares em outros estados, Jungmann disse que o governo está acompanhando mais de perto a situação do Rio de Janeiro. “Eu tive a informação de que 97% do efetivo está na rua. O Rio de Janeiro está sob controle. Nós temos prontidão para qualquer eventualidade no Rio de Janeiro”, disse.>
Também estiveram presentes na reunião o ministro do Gabinete Institucional, general Sergio Etchecogyen, e o ministro interino da Justiça, José Levi. Os ministros vieram acompanhar os desdobramentos da Operação Capixaba, que emprega 3.130 homens das Forças Armadas e da Força Nacional para amenizar a falta de segurança no estado.>
ParalisaçãoAs mulheres e as mães de policiais militares continuam acampadas em frente aos batalhões do Espírito Santo, bloqueando a saída dos policiais militares. Elas dizem que não vão recuar do ato por melhorias salariais e permanecem na porta dos quartéis.>
O governo do Espírito Santo anunciou na noite de ontem (10) a assinatura de um acordo com as associações que representam os policiais militares capixabas para suspender a paralisação dos agentes e para a retomada das atividades neste sábado, a partir das 7h. O governo informou que aqueles que retornassem até este horário não sofreriam punições administrativas.>
As mulheres dos policiais não participaram da rodada de negociação com o governo. No acordo firmado na noite de ontem, o governo não concedeu aumento salarial. Na proposta apresentada pelas mulheres, elas pediam 20% de reajuste imediato e 23% de reajuste escalonado.>