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Impressão 3D de antena em miniatura faz a alegria de adolescente no espectro autista

Levy só conseguia dormir com a antena verdadeira, e irmã foi atrás de um protótipo feito por empresa soteropolitana

  • Foto do(a) author(a) Luana Lisboa
  • Luana Lisboa

Publicado em 30 de outubro de 2021 às 05:00

 - Atualizado há 2 anos

Desde pequenininho, Levy da Ressurreição nunca gostou de brincar com os objetos convencionais. Carrinho Hot Wheels, patinete e casinhas não eram com ele. Diagnosticado com o espectro autista, toda vez que a mãe comprava brinquedos, ele gostava mesmo era da embalagem. Aos 11 anos, apaixonado por bandeirolas e tampas de panela, começou a desenvolver gosto por "brinquedos" grandes demais. Caixas d'água e antenas de televisão. Daí, já foi a vez da família intervir. 

Mas ao invés de impedi-lo de brincar com o que gostava, Ester, sua irmã mais velha, teve a ideia de reduzir o tamanho dos objetos. Logo mandou mensagem para Lucas Calmon, estudante de engenharia mecânica e fundador da empresa soteropolitana especializada em peças feitas com impressora 3D, a Triosfera (@3osfera), e pediu a encomenda: "Tem como vocês fazerem a miniatura de uma antena?". Levy da Ressurreição não desgruda da antena de TV em miniatura (Foto: Arisson Marinho/ CORREIO) Acostumado com alguns pedidos atípicos, Lucas explica que toda a produção aconteceu em sua casa, em cerca de 18 horas. “O cliente dá a ideia, explica e a gente faz o design no computador, manda pro cliente e ele nos dá o feedback. Aí definimos tamanho, cor e mandamos imprimir. Ter a oportunidade de melhorar a qualidade de vida dessa família foi muito gratificante”, diz. Lucas Calmon é formado em BI de Ciência e Tecnologia, estuda em engenharia e criou a Triosfera (Foto: Marina Silva/ CORREIO) E melhorou mesmo. Antes disso, Ester havia passado meses procurando uma antena em tamanho reduzido. E tinha que ser da GVT, era a que Levy gostava. Gostava tanto que fazia todas as atividades diárias com a original, de comer a dormir. “Durante mais de três anos, dormiam em uma cama de casal Levy, minha mãe, minha irmã mais nova e a antena”, relata Ester. Foi um alívio, então, quando encontrou o que procurava.

E a mesma coisa aconteceu com o tanque d’água. Só que, diferentemente da antena, ele não dormiria com ela, mas tentaria subir em lugares altos para alcançá-los. A família, então, resolveu se unir para evitar uma tragédia. “Saímos passando em pontos de comércio da Fortleve, a marca do tanque, e conseguimos uma miniatura”, explica.

Para Lucas, que já construiu até prótese para um papagaio que perdeu o pé, e, portanto, está acostumado a resolver situações difíceis, o projeto foi um orgulhoso passo para a empresa. Bacharel em Ciência e Tecnologia pela Universidade Federal da Bahia e tendo como segunda graduação a engenharia, a Triosfera surgiu há 2 anos e meio de forma virtual, quando teve a ideia de produzir objetos personalizados em 3D.

A impressão 3D, também chamada de fabricação aditiva (inglês), é uma família de processos que produz objetos ao adicionar material em camadas que correspondem a seções transversais sucessivas de um modelo 3D. Entre as vantagens está justamente a possibilidade de criar peças únicas, como a antena e a caixa d’água de Levy.

“Eu entreguei a antena em miniatura e foi incrível. O menino esqueceu a antena gigante e a irmã conta que ele só anda com a que fizemos na impressora”, diz o cientista.

E claro que Lucas não foi o único satisfeito da história. Mesmo sem formar frases longas, Levy demonstrou felicidade do seu jeitinho. “Ele não é muito verbal, só repete as palavras que gosta. Mas ficou o dia todo com a antena na mão. Não desgruda mais”, conta Ester.* Com supervisão da subchefe de reportagem Monique Lôbo