Incêndio destruiu 60% de fábrica de colchões Ortobom em Valéria

Fogo ainda não foi completamente debelado; 50 bombeiros atuam no local

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  • Da Redação

Publicado em 19 de março de 2019 às 15:47

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO

Equipes do Corpo de Bombeiros conseguiram preservar cerca de 40% da fábrica de colchões Ortobom atingida por um incêndio na manhã desta terça-feira (19), além de vários caminhões. O fogo, que começou por volta das 5h50, permanece confinado numa área restrita dentro da edificação, na Rua Eurico Temporal, no bairro de Valéria, em Salvador. 

Como precaução, carros-pipa foram solicitados e já estão no local, assim como uma ambulância do Salvar para algum eventual atendimento. Não se tem registro de vítimas e as causas do incêndio ainda são desconhecidas.

Segundo o major Ramon Diego, que comanda a operação de combate, há cinco frentes de atuação para confinar o fogo. "Preservamos 40% da área edificada, a área de depósito, área de colchões, materiais, 14 caminhões e dois animais. O Corpo de Bombeiros agora está com 50 homens e cinco viaturas. O confinamento é para que o fogo não se propague para outras áreas", explicou.

Ainda de acordo com o major, o líquido que se espalhou ao redor do galpão onde as chamas começaram é um solvente. "Foi esse material que, com a queima, com a combustão, foi projetado. Estamos com toda a logística para que o fogo não se alastre para as casas vizinhas", explicou. Com o apoio de órgãos da Prefeitura, caçambas de areia foram deslocadas para estancar o avanço do líquido inflamável. 

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Muitas explosões poderam ser ouvidas no depósito e os moradores da região saíram correndo. Por causa do incêndio, muitos motoristas reduzem a velocidade para observá-lo e o trânsito ficou lento durante toda a manhã na BR-324. 

O fogo foi controlado pelos bombeiros por volta de 11h30. À tarde, as equipes trabalhavam no confinamento das chamas - numa parte específica da fábrica. O trabalho de controle e resfriamento do fogo deve avançar pela noite. O CORREIO já entrou em contato com a assessoria de comunicação da empresa e aguarda informações oficiais. 

Um funcionário, que preferiu não se identificar, disse que o prejuízo é incalculável. Ele conta que, na empresa, há colchões com preços que variam entre R$ 100 até R$ 5 mil, dependendo da funcionalidade.

Por precaução, 20 famílias que vivem no entorno da fábrica, nas ruas Eurico Temporal e Marcelino Garrido, foram obrigadas pela Defesa Civil de Salvador (Codesal) a deixar as suas casas. 

Das 20 casas desocupadas, pelo menos cinco foram atingidas pelo fogo - ainda não foi possível avaliar os impactos. "Afastado o primeiro risco, de tirar as pessoas das casas, a nossa equipe parte para campo, onde já identifica-se líquidos inflamáveis, já pedimos apoio dos órgãos da Prefeitura para trazer para cá caçambas de areia para estancar o avanço desse líquido inflamável que está passando nas ruas da região", afirmou o diretor geral da Codesal, Sósthenes Macêdo.

Segundo ele, caminhões de areia da Desal criaram uma barreira de proteção para evitar que esse líquido se espalhasse até as casas. 

Fábrica vai receber incentivos fiscais A Secretaria Desenvolvimento Econômico do Estado da Bahia (SDE)  informou na tarde desta terça-feira que está acompanhando os desdobramentos do incêndio que atingiu a Indústria Baiana de Colchões e Espumas Ltda, a Ortobom, e que a pasta aprovou hoje a prorrogação de incentivos fiscais à empresa.

“A Ortobom gera 491 empregos diretos em Salvador e terá todos os incentivos legais do Estado para sua reconstrução. A fábrica, atingida pelo incêndio, que tem capacidade de produção mensal de 690 toneladas de blocos de espumas e 77 mil colchões, precisa desse suporte para se reerguer e continuar fomentando a economia da capital”, afirmou o vice-governador e titular da SDE, João Leão.

O benefício à empresa foi prorrogado durante reunião do Conselho do Desenvolve/Pró-Bahia, nesta terça-feira, na sede da SDE. A Ortobom deve assinar também, nos próximos dias, um protocolo de intenções com o Governo do Estado para ampliação de sua unidade industrial, com investimentos de R$ 9 milhões, gerando 100 novos postos de trabalho.

Órgãos da Prefeitura dão apoio a combate de incêndio Viaturas da Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador) realizaram o bloqueio da via Marcelino Garrido, em Valéria, onde está localizada a fábrica de colchões que pegou fogo esta manhã. A equipe foi deslocada desde às 6h29, assim que acionada, e o bloqueio ocorre para facilitar o acesso dos bombeiros e da estrutura necessária para combater o incêndio.

Segundo o superintendente da Transalvador, Fabrizzio Muller, o órgão permanece em alerta para a possível necessidade de mais viaturas. O incêndio começou por volta das 6h, em um setor de fabricação de blocos de espuma da fábrica, material considerado altamente inflamável.  

Equipes da Codesal também estão monitorando a área do imóvel e orientando os moradores para que deixem as residências situadas nas proximidades do galpão, devido aos riscos de explosões e de intoxicação pela inalação da fumaça. Outros órgãos municipais, a exemplo da Limpurb e da Secretaria de Manutenção (Seman), também atuam nas proximidades.