Indiciado por corrupção de menores, Felipe Neto se defende: 'Situação escandalosa'

Youtuber diz que há interesse político na investigação, provocada pelo Ministério da Justiça

Publicado em 8 de novembro de 2020 às 10:32

- Atualizado há um ano

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O youtuber Felipe Neto foi indiciado pela polícia do Rio de Janeiro sob suspeita de divulgar conteúdo impróprio para crianças e adolescentes. Ele afirmou ser vítima de uma "articulação do ódio bolsonarista" e disse que está tranquilo e vai se defender na Justiça.

"A situação é escandalosa. Até agora não houve um único jurista razoável capaz de defender o indiciamento do delegado. Membros do governo seguem comemorando e desinformando, como se o Ministério Público tivesse acatado o pedido do delegado", escreveu Felipe.

De acordo com a Polícia Civil, Felipe é acusado de divulgar material impróprio para crianças em seu canal e não limitar o conteúdo e linguajar apropriado para menores. Diz ainda que as investigações começaram após expediente oriundo do Ministério da Justiça.

Felipe fez uma live no sábado ao lado do seu advogado, André Perecmanis, e confessou que ficou impressionado com a conclusão do caso pela polícia. "Nunca imaginei que um delegado iria fazer um indiciamento baseado em questões tão absurdas", disse. 

“Qual é o crime que eu estou sendo acusado? Qual crime eu cometi? Onde está o crime?”, quis saber. Ele citou que o indiciamento consta como crime a infração do artigo 244b do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que fala em “corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la”. A pena vai de 1 a 4 anos de prisão.

“Nunca incentivei ninguém a cometer crime algum nessa vida”, afirma. “Eu sou um dos únicos youtubers no mundo a colocar a classificação indicativa no título dos vídeos quando eles não são apropriados para menores de 12 anos”, acrescentou.

Felipe também negou a afirmação divulgada pelo delegado Pablo da Costa Sartori, da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), de que o influencer teria sido intimado para prestar esclarecimentos, mas que seu advogado protocolou uma petição em que Felipe afirmaria que não queria ser ouvido.

“Isso não é verdade”, disse o advogado. “Eu fui a delegacia, o delegado me atendeu muito gentilmente, e ele me informou que ‘ele (Neto) pode não vir, pode apresentar os esclarecimentos por escrito. Fica a critério dele'”, alegou. O advogado então disse que informou ao delegado que Felipe preferia não ir, por uma questão de cuidado com a pandemia e que por ser famoso poderia causar uma aglomeração. Como o delegado ofertou a possibilidade de esclarecimento por escrito, Felipe preferiu essa opção.

Felipe voltou a afirmar que há uma questão política no caso. “Sou uma pessoa que defende os Direitos Humanos e o progressismo. E, obviamente, eu e Bolsonaro somos pessoas diametralmente opostas. E a galera pró-governo passou a me ter não como um rival, um adversário político, mas como um inimigo. O extremista radical tem inimigos, pessoas que ele precisa destruir”.

O indiciamento foi feito pela Polícia Civil, mas o caso ainda é investigado pelo Ministério Público, que vai decidir se arquiva ou prossegue com a denúncia.