Inflação na Grande Salvador fecha agosto como a maior para o mês em 20 anos

Alta nos preços foi de 0,7%; nos 12 meses encerrados em agosto, inflação acumulada é de 8,59%

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  • Da Redação

Publicado em 9 de setembro de 2021 às 15:40

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Tânia Rêgo/ABr

A inflação do mês agosto na Região Metropolitana de Salvador (RMS) fechou em 0,70%, segundo informações divulgadas nesta quinta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). 

O índice da RMS desacelerou pela terceira vez seguida – 0,75% em julho, 0,86% em junho e 1,12% em maio –, e ficou novamente abaixo do nacional (0,87%), mas foi a maior inflação para um mês de agosto desde desde 2001 (portanto, há duas décadas), quando o índice havia ficado em 1,14%.

O IPCA da RMS é o 10º entre as 16 áreas investigadas separadamente pelo IBGE. Em agosto, a inflação foi mais alta em Brasília (1,40%), Vitória/ES (1,30%) e na RM Curitiba/PR (1,21%). No outro extremo, ficou mais baixa nas RMs Belo Horizonte/MG (0,43%) e Fortaleza/CE (0,43%) e em Rio Branco/AC (0,54%).

Com o resultado do mês, o IPCA na Grande Salvador tem alta de 5,64% no acumulado de janeiro a agosto de 2021. A inflação acumulada no ano está ligeiramente abaixo da nacional (5,67%), supera a de 2020 (4,31%) e se mantém a maior para um ano desde 2016, quando o IPCA fechou dezembro com uma alta de 6,72%.

Ainda de acordo com o IBGE, nos 12 meses encerrados em agosto, a inflação na RMS ficou em 8,59%. Seguiu acelerando em relação aos 7,98% registrados nos 12 meses encerrados em julho, embora ainda se mantenha abaixo do acumulado no país como um todo (9,68%).

Só aluguel diminuiu A inflação de agosto na Grande Salvador foi disseminada por oito dos nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA, puxados pelos alimentos (1,02%). 

Apenas o grupo habitação (-0,10%) teve deflação no mês, influenciado, sobretudo pelo aluguel (-1,16%) e pela energia elétrica (-0,32%), que mostrou recuo após aumentar seguidamente desde abril, acumulando alta de 9,78% no ano de 2021.

Os alimentos voltaram a ser a principal pressão inflacionária na RMS, em agosto, com alta de 1,02%. Foram puxados pelos produtos consumidos em casa (1,41%), sobretudo leite e derivados (3,96%), com o leite longa vida subindo 5,38%; aves e ovos (2,89%); panificados (pães em geral, com 1,90%) e o café moído (7,87%).

O aumento médio das despesas com transporte (0,60%) exerceu a segunda maior pressão de alta no custo de vida em agosto, na RMS. O grupo foi puxado pelos carros novos (3,33%) e usados (2,03%). 

A gasolina também seguiu em alta (0,39%), embora desacelerando em relação a meses anteriores. No ano de 2021, já acumula aumento de 33,65%, o segundo mais intenso entre as centenas de itens pesquisados para formar o índice de inflação.

O grupo vestuário (2,16%) também teve aumento importante em agosto, na RMS, e deu a terceira principal contribuição para a elevação do IPCA no mês. Foi puxado pelas roupas femininas (2,79%), masculinas (2,20%) e pelo calçados e acessórios (2,06%).