Influencer xinga baiana, chamando-a de 'preguiçosa': 'Tem cara de macumbeira?'

Após repercussão, dupla pediu desculpas: 'era brincadeira'

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  • Da Redação

Publicado em 15 de novembro de 2021 às 17:49

- Atualizado há um ano

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Dois turistas, sendo um deles o lutador e influencer Ludvick Rego, postaram um vídeo onde aparecem atacando uma baiana no Pelourinho. Nas imagens, eles filmavam, de longe, a mulher enquanto faziam declarações preconceituosas.

“Aquela baiana ali, ela tem cara de macumbeira?”, questionou um dos homens no vídeo. “Ela é baiana”, respondeu o outro. Em seguida, ele perguntou: “Ela é o quê?”. Respondendo à própria pergunta, ele emendou algo como “maconheira” ou "marmoteira". Durante a fala, houve uma interrupção. Depois disso, o veredito final: "Ela é preguiçosa", citando o estereótipo preconceituoso atribuído a baianos.

Além disso, enquanto riam, um dos turistas disse que a baiana iria "roubar o seu axé". Já o outro, Ludvick, respondeu que ela “vai roubar o meu colar para ela”.

Retratação O vídeo viralizou nas redes sociais, com baianos revoltados com a postura da dupla. Após o barulho, os dois, que são do Rio de Janeiro, gravaram um vídeo juntos, onde apresentam sua versão dos fatos.

"Viemos aqui pedir desculpas ao povo da Bahia, Pelourinho e axé. Em nenhum momento quisemos ofender. Estávamos em uma brincadeira. Aquela mulher estava 'vendendo axé', e quem é da religião sabe que axé não se vende. Benção se dá", começaram.

"Em nenhum momento quisemos denegrir a imagem da Bahia ou dos baianos. Também queremos deixar claro que a mulher não era vendedora de acarajé. Ela queria benzer minhas guias, vendendo axé. Foi aí que começou a brincadeira. Viemos pedir desculpas a todos que se sentiram ofendidos: baianos, povo do axé, vendedoras de acarajé", disse Ludwick.

Já o outro homem reclamou de supostas ameaças que vem sofrendo, dizendo que isso "não precisa ocorrer". "Peço desculpas ao povo da Bahia, que amo e tenho muitos amigos. Desculpa a todos", pediu.

Repercussão Em nota,  Associação Nacional das Baianas de Acarajé se solidarizou com a vítima, mesmo que ela não seja uma baiana. "Alertamos a todo instante sobre a importância em não disseminar o racismo, preconceito e forma perversa de dar continuidade aos maus tratos que só geram dores e tristezas", começou o comunicado.  

"Viemos em público acolher essa senhora, que não é Baiana de Acarajé, mas ganha seu sustento no ponto turístico de Salvador com seu dom de cura com as folhas e boas energias, acolhendo baianos e turistas que solicitam seu serviço. Por tanto Senhor Ludvick e toda sua cúpula que compactua em continuar as chibatadas em nosso povo de negro, de axé e que ganha o sustento da sua família com trabalho digno, merece nosso total respeito e empatia, não vamos tolerar essa sua afirmação tão absurda e cheia de deboche. O Novembro Negro existe para que pessoas como você se eduque e busque dissolver o racismo estrutural para que o mesmo não seja reproduzido", disse a associação.