Início do Brasileirão expõe fragilidade do Bahia na bola aérea

Três dos quatro gols sofridos pelo tricolor foram em jogadas pelo alto

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  • Gabriel Rodrigues

Publicado em 25 de agosto de 2020 às 05:01

- Atualizado há um ano

. Crédito: Felipe Oliveira/EC Bahia

Depois de encarar uma sequência desgastante com 15 jogos em um mês, o Bahia vai ter a semana inteira livre para se preparar para o próximo compromisso no Campeonato Brasileiro. E o tempo vai ser fundamental para o treinador Roger Machado tentar fazer um ajuste que se mostra necessário no time.

A derrota para o Ceará, por 2x0, domingo, foi construída em cima de uma deficiência que persegue o Bahia neste início de Brasileirão. E um dos pontos que Roger vai ter que corrigir antes de encarar o Palmeiras, sábado (29), às 19h, em Pituaçu, será a bola aérea.

Neste começo de Série A, as bolas alçadas na área têm sido um sufoco para a defesa do Esquadrão. Dos quatro gols que o tricolor sofreu após quatro jogos, três foram em jogadas originadas pelo alto.

Diante do Ceará, o centroavante Cléber, de 1,99m, usou do artifício para abrir o placar, aproveitando um passe também de cabeça em cobrança de escanteio. Léo Ortiz, para o Red Bull Bragantino, e Luciano, pelo São Paulo, fizeram o mesmo. 

O problema tem gerado certo incômodo nos jogadores tricolores. Na semana passada, o zagueiro Juninho havia alertado sobre o problema e chegou a dizer que vinha conversando com Ernando, seu novo parceiro de zaga, para que o entrosamento entre os dois acontecesse o mais rápido possível.

Na saída de campo no Castelão, foi a vez de Ernando falar sobre o problema. Para ele, o time precisa ter mais atenção para não continuar sofrendo nas bolas cruzadas.

“Nas últimas partidas a gente vem sofrendo nesse aspecto. É trabalhar para aprimorar, atacar mais a bola para não tomar esse gol de bola parada. Também se conscientizar de que temos que propor mais o jogo para não sofrer com essas jogadas”, analisou o capitão tricolor.

As falhas pelo alto não são exclusividade do time nos jogos no Campeonato Brasileiro. Dos 20 gols que o Bahia sofreu sob o comando de Roger Machado em 2020 (desconsiderando partidas do estadual disputadas com o sub-23), seis foram originados em jogadas aéreas, o que representa 30% do total.

O próprio Cléber havia aproveitado o recurso ao marcar o segundo gol do Ceará na final da Copa do Nordeste. No Brasileirão, a conta poderia ser ainda maior, já que na vitória de 1x0 sobre o Coritiba, uma cabeçada de Sabino, após cobrança de escanteio, pegou na trave.

“Isso preocupa porque a bola parada é uma das variáveis muito fortes do nosso time. A gente sofria poucos gols até então. Até agora foram três gols de bola parada, dois deles de escanteio e um de bola lateral. Temos que analisar esses detalhes e corrigir para que não possa acontecer”, disse Roger Machado após a derrota do fim de semana, que encerrou a invencibilidade do Bahia.

Vítima e algoz Apesar de ter sofrido três gols de cabeça em quatro jogos no Brasileirão, o Bahia também usou da jogada em seu favor. Contra o Red Bull Bragantino, Juninho e Ernando aproveitaram a estatura e duas cobranças de escanteio para garantir o triunfo por 2x1, em Pituaçu.

Diante do Palmeiras, a equipe precisará mesmo ter atenção nas jogadas que vêm por cima. Na comparação entre os dois elencos, o time paulista leva ligeira vantagem na média de altura, com 1,79m contra 1,77m do Bahia.

Na atual edição do Brasileirão, o Palmeiras balançou as redes uma vez de cabeça. O zagueiro Gustavo Gómez anotou o tento no empate por 1x1 com o Fluminense.