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Publicado em 13 de abril de 2020 às 21:49
- Atualizado há um ano
No início de março de 2020 o mundo da mineração se reuniu em Toronto, no Canada, durante o Prospectors & Developers Association of Canada PDAC), principal convenção anual de mineração que representa mais de 7.500 membros em todo o globo. O governo e as empresas brasileiras estavam lá. O PDAC [pdac.ca] já recebeu representantes de 135 países, sendo referência em inovação e sustentabilidade no setor e o principal evento internacional para a indústria da mineração. Naquele momento, a Covid-19 já estava sendo transmitida em eventos, aviões e aeroportos.
Durante a convenção, o primeiro ministro do Canadá, Justin Trudeau, liderança internacional pelo desenvolvimento sustentável, atento a notícias da Covid-19 em Wuhan, na China, destacou o papel da indústria mineral na mudança para um futuro de baixo carbono, afirmando: “os minerais usados em tecnologias e materiais possibilitarão um crescimento limpo em diversos setores, como os de comunicação, transporte e energia”, sem poder prever que o mundo estava em rota de uma paralisação global sem precedentes na história da civilização.
Minerais e metais como cobalto, níquel, lítio, cobre, alumínio, pratae terras raras, usados em computadores, martphones, veículoselétricos, painéis solares, turbinas eólicas e infraestruturas de energia renovável, além de outros usados em medicamentos, ajudam nas metas ambiciosas da economia sustentável, fazendo funcionar uma indústria essencial a um mundo que não pode parar.
Trudeau, que representa a visão das novas gerações, tem razão. Nessa era da “eco-nomia digital” em que vivemos, onde tudo parece estar ao alcance do toque dos dedos, as jazidas minerais que antes pareciam longínquas dos centros financeiros e das bolsas de valores, onde as decisões são tomadas – são, agora, pontos do planeta facilmente acessados. Novas plataformas tecnológicas, abastecidas com algoritmos e inteligência artificial, fornecem conectividades sem fio no interior das minas, alimentando dados que são transformados em inteligência para melhorar a eficiência, a produtividade e a segurança, reduzindo custos, riscos e desperdícios nas operações de mineração.
Liderando mudanças, o PDAC realizou antes o Fórum de Sustentabilidade: O Futuro do Trabalho na Mineração, durante o World Economic Forum, em janeiro de 2020, discutindo como a natureza do trabalho mudará nos próximos 25 anos, avaliando saúde e segurança ambiental, avanços tecnológicos, relações entre empresas, comunidades e governos, e licença social para operar - sem imaginar que indivíduos contaminados com a Covid-19 já circulavam entre os 3.000 participantes de Davos, e sem atentar para algoritmos da inteligência artificial que já haviam enviado e-mails a organizações de saúde e companhias aéreas no dia 31 de dezembro, alertando para que evitassem a região de Wuhan, na China.
Com a súbita paralização global e ratings financeiros abruptamente desestruturados, as commodities minerais impõem alertas às principais agências de risco internacionais, Standard & Poors, Moody’s e Fitch. "À medida que os países discutem como conter ou retardar a disseminação do vírus, esperamos que isso possa levar a interrupções operacionais nas operações de mineração. Isso aumenta um inerente risco negativo para nossas previsões de produção mineral em todo o mundo, caso essas interrupções sejam prolongadas", disseram analistas da Fitch. Afetando a dimensão humana da economia, o vírus invoca “melhores práticas”.
Lançado em 2006 na Bolsa de Valores de Nova York e reunindo hoje mais de 2.300 signatários com um conjunto de ativos na ordem de US$85 trilhões, o Principles for Responsable Investment – PRI [unpri.org], focado em melhores práticas, busca respostas de curto prazo fornecendo a investidores mecanismos e formas de alinhamento à inteligência nova de gestão expressada pelos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – ODS.
Inovando no ambiente digital e operando hoje em quarentena, a Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), alinhou-se com o PDAC e conectou-se se à rede global, influenciando as empresas e entrando na mira de acionistas. Apoiada pelo WWI para incentivar a transferência de tecnologias 5.0 (big data, IoT e blockchain, cibersegurança, cloud, realidade aumentada) e adotar os ODS, realizou no final de 2019 o Fórum Internacional de Inovação e Sustentabilidade na Mineração, em parceria com a Agência Nacional de Mineração (ANM), o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) e a Federação das Indústrias da Bahia (FIEB), reunindo em Salvador o PIB nacional da mineração. Durante as apresentações a CBPM, lançando o Startup Hub de Mineração da Bahia, enfatizou a importância estratégica da Ferrovia de Integração Oeste Leste-FIOL.
Otimizando a logística e a economia de baixo carbono, a FIOL, com 1.527 km de extensão - que poderá vir a ser uma ferrovia inteligente, com cientistas de dados e seus algoritmos, tecnologias vestíveis, mobilidade autônoma, assistentes digitais e energia limpa - ligará o futuro porto de Ilhéus (no litoral baiano) ao entroncamento da Ferrovia Norte Sul de Figueirópolis (Tocantins), interligando os estados de Tocantins, Maranhão, Goiás e Bahia e os portos de Ilhéus/BA e Itaqui/MA, reduzindo os custos de transporte de grãos, etanol e minérios com redução de emissões.
Nesses tempos sensíveis de mudanças bruscas da Covid-19, o IBRAM [ibram.org.br] divulgou vídeo institucional sobre o papel do setor mineral brasileiro: “A Mineração Está Com Você!” [youtu.be/3S1znnULweA], observando os cuidados que o momento requer e estimulando ações de produção da indústria, oficialmente considerada como essencial para a sociedade, evitando paralisações subsequentes em diferentes setores da cadeia produtiva.
Abatido por vírus e em lock-down global, o mundo se vê compelido a dar um “reboot” na forma de pensar e de viver, buscando entender a história do nosso futuro. Minerando dados, as startups, tracionadas pela força viral do futuro, pivotam, nos ensinando a tatear novos caminhos sem mapas nem manuais de instrução - é como pular da mineração 3.0 para a 5.0 e navegar em um novo universo de clientes, acionistas e investidores reinventados, trasladados e recalibrados.
Na era do big data e da mineração 5.0, com contratos virtuais firmados em blockchain, garantindo segurança e transparência nas transações comerciais, eventuais alterações em projetos e documentos, e fluxo online de cadeias produtivas; as áreas mineradas passam a ter indicação geográfica (IG) controlada, facilitando o acesso de takeholders, via smartphones, a valores de outros ativos - inclusive sociais, culturais, agrícolas, ambientais e turísticos - dos pontos do planeta (municípios) onde jazidas estão localizadas.
Enquanto o World Economic Forum [weforum.org], impactado pela Covid-19, alerta para a mudança dos modelos globais na entrega de valor; Tom Butler, CEO do International Council of Mining and Metals – ICMM [icmm.com], chama atenção para importância de consensos e rápidos aprendizados de "boas práticas" no enfrentamento da crise, lembrando:“É improvável que seja a última epidemia global e precisaremos avaliar as lições aprendidas para garantir que estamos bem preparados para a próxima vez”.
Acompanhando os fatos, o Correio Inovação & Sustentabilidade [correio24horas.com.br/sustentabilidade], divulga informações atualizadas do Ministério de Minas e Energia (MME), ANM, IBRAM, CBPM, e globais do PDAC e do International Council of Mining and Metals (ICMM), além das bolsas de valores do mundo, disponibilizando notícias e informações atualizadas do setor.
Eduardo Athayde é diretor do WWI Brasil. [email protected]
Acompanhando o trabalho da CBPM, destacamos, a seguir, grandes mineradoras com operações na Bahia, considerando seus compromissos expressos com a inovação e a sustentabilidade de suas operações:
- Yamana Gold [yamana.com] : produtora canadense de metais preciosos, controla a Jacobina Mineração e Comércio (JMC), em Jacobina (BA). "A Yamana reconhece a importância de se esforçar para atender e exceder nossos objetivos de responsabilidade social corporativa e o papel que esses esforços têm em cumprir nosso objetivo geral de criar valor”.
- Mineração Caraíba [minacaraiba.com]: produtora de cobre em Jaguarari (BA), foi adquirida em 2016 pela canadense Ero Copper Corporation [erocopper.com]. “Estamos comprometidos em minimizar o impacto, monitorar e cuidar do ambiente local, garantir o sucesso a longo prazo e o desenvolvimento sustentável de nossas comunidades locais”.
- Lipari Mineração [lipari.com.br]: empresa brasileira proprietária da Mina Braúna, em Nordestina (BA), a primeira da América do Sul desenvolvida a partir de um depósito de kimberlito, fonte primária de diamante. “A Lipari está comprometida com o desenvolvimento sustentável de suas operações e mantém um forte compromisso com a comunidade local de Nordestina. A responsabilidade ambiental é um dos pilares dos negócios”.
- Ferbasa [ferbasa.com.br] - Companhia de Ferro Ligas da Bahia: fundada em 1961, é líder em produção de ferroligas e a única produtora integrada de ferrocromo das Américas. O complexo do Vale do Jacurici possui 15 minas, nos municípios de Queimadas, Cansanção, Andorinha, Monte Santo e Uauá (BA). Pioneira na inovação social, a Fundação José Carvalho, detém o controle acionário da empresa.
- RHI Magnesita [rhimagnesita.com]: empresa austríaca com mina em Brumado (BA). "Nossa empresa só pode ser bem-sucedida se nossas comunidades prosperarem. Devemos trabalhar em conjunto com o setor, governos e sociedade civil para abordar vários desafios sociais e ambientais e criar valor compartilhado”.
- Largo Resources [largoresources.com]: empresa canadense proprietária da mina Vanádio Maracás Menchen, em Maracás (BA). "Para a Largo, responsabilidade social corporativa significa manter nosso pessoal seguro e saudável. Minimizar e mitigar nossos impactos no meio ambiente e praticar a recuperação contínua das terras afetadas. Compartilhar os benefícios da mineração com as comunidades em que vivemos e operamos”.
- Atlantic Nickel [atlanticnickel.com], antiga Mirabela: de Itagibá (BA), possui uma das maiores minas de níquel sulfetado a céu aberto do mundo, cuja demanda deve crescer com o aumento da produção de baterias e veículos elétricos. "Nosso posicionamento é buscar um crescimento sustentável, mantendo o compromisso com a responsabilidade socioambiental e com o desenvolvimento das localidades onde está inserida”.
- Bahia Mineração - Bamin [bamin.co]: com operações em Caetité e Pindaí (BA), a produtora de minério de ferro é controlada pelo Eurasian Resources Group [eurasianresources.lu], de Luxemburgo. "A verdadeira 'sustentabilidade dos negócios', assegura que nossa cultura, estratégia, processos, tecnologias, tomada de decisão e habilidades sejam adequadas para o futuro e possam sustentar a geração de valor a longo prazo”.
- Equinox Gold [equinoxgold.com]: uma das maiores produtoras de ouro do mundo, a canadense adquiriu a Leagold Mining assumindo a mina Fazenda Brasileiro (BA). “O sucesso da empresa nos mercados públicos e nas comunidades em que operamos depende de nossa reputação de cumprir nossas promessas e manter nosso compromisso com a mineração responsável”.