Jornalista da Globo sofre tentativa de dopagem em carro de aplicativo

Bárbara Coelho denunciou a situação para empresa

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  • Da Redação

Publicado em 12 de agosto de 2022 às 11:21

. Crédito: Reprodução / TV Globo

As denúncias sobre golpes em mulheres em carros de aplicativo têm se tornado comum pelo Brasil. A jornalista Bárbara Coelho, da TV Globo, foi mais uma vítima dessa ação e afirmou que o golpe aconteceu na quarta-feira (10), quando estava se deslocando para o médico. 

A apresentadora contou, em entrevista ao programa Encontro desta sexta-feira (12), que não sentiu nada ao entrar no veículo, mas percebeu que alguma coisa poderia acontecer. "Quando entrei no carro eu não senti nada, eu percebi que o carro estava com um aspecto muito ruim, sujo, mas eu entrei já distraída, a gente fica muito no telefone hoje em dia", disse. 

A corrida, que tinha o tempo de duração de 10 minutos, se tornou uma tortura para a comunicadora. Em menos de 2 minutos, ela passou a senti um cheiro forte. "Muito pouco tempo depois eu comecei a passar mal. Durante esse período, o motorista mandou um áudio estranho para alguém pedindo cesta básica. Me pareceu uma necessidade de mostrar que era do bem, que tava tudo certo. Foi muito aleatório aquele pedido de cesta básica durante a corrida, primeiro que nem se usa o telefone, ou não deveria usar", relatou. 

A situação foi se agravando e Bárbara sentiu que seus sentidos estavam se perdendo, além da falta de ar e dificuldade até de falar. "Aí eu mandei um áudio para o meu marido e falei 'me espera na porta porque eu tô chegando'. Aí ele [motorista] me olhou muito feio pelo retrovisor, muito assustado, me encarando", contou. 

Percebendo que poderia ocorrer algo mais grave, Bárbara decidiu sair do carro antes de finalizar a corrida e pediu para o motorista deixá-la na rua. Nervosa, ela pediu ajuda em uma banca de revista e começou a chorar. A jornalista contou que fez uma denúncia na Uber e a empresa, em resposta, informou que fará uma investigação interna.

Em nota, a Uber destaca que o chamado "golpe do cheiro" só teve três casos que tiveram investigação concluída pela Polícia Civil, com decisão pelo arquivamento - em Canoas (RS), no Rio de Janeiro e em Florianópolis. Em nenhum deles, houve elementos que indicassem crime, afirma. "Especificamente no caso do Rio de Janeiro, o laudo pericial do líquido borrifado no veículo atestou se tratar de álcool 70% - e não foram encontradas outras substâncias de natureza tóxica, perigosa ou nociva", diz a nota.

Em Santos, um caso de denúncia terminou com decisão judicial para as usuários indenizarem o motorista por danos morais, quando ficou provado que a substância em questão era álcool com essência de canela para higienização das mãos.

"Nas demais denúncias mencionadas até o momento, muitas das quais surgem nas mídias sociais e são reverberadas pela imprensa sem se checar o que apurou a investigação conduzida pelas autoridades policiais, não temos conhecimento de nenhum inquérito que tenha sido concluído identificando elementos que comprovem o uso de quaisquer substâncias com o propósito de dopagem ou com o indiciamento do suposto motorista agressor.", afirma a Uber.

A empresa diz que trata todas as denúncias com seriedade e está sempre à disposição das autoridades.