Jovem picado por naja sai do coma; ele seria dono de outras 16 cobras exóticas

Pedro Henrique Lehmkul é investigado por tráfico de animais

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  • Da Redação

Publicado em 10 de julho de 2020 às 09:16

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução

O estudante de veterinária Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul, 22, acordou do coma três dias após ter sido picado por uma cobra da espécie naja. Apesar da melhora, o jovem ainda está no Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital de Brasília.

Segundo o Uol, após acordar o jovem conversou e agradeceu a equipe médica pelo socorro imediato. Ele ainda respira por ventilação mecânica. Por pedido da família, o hospital particular não divulgou o estado de saúde do universitário. Porém, a unidade afirmou que ele apresentou uma "leve melhora". A situação ainda é grave.

No primeiro momento Pedro Lehmkul apresentou palidez, tontura e dormência nos membros inferiores e insuficiência respiratória. Mais recentemente o caso dele evoluiu e o jovem apresentou necrose nos braços e lesões no coração.

Ele seria dono de mais 16 cobras A 14ª Delegacia de Polícia Civil, localizada no Gama, investiga o caso. Segundo o delegado Ricardo Bispo contou ao Uol, na casa do jovem os policiais encontraram objetos que indicavam que no local eram criadas outras serpentes.

Após uma denúncia anônima, o BPMA-DF (Batalhão da Polícia Militar Ambiental do Distrito Federal) encontrou 16 cobras exóticas em uma fazenda no Núcleo Rural Taquara, em Planaltina, a 73 km de distância de onde o estudante foi picado.

De acordo com o delegado, o jovem que foi picado seria dono de todas as serpentes. Ao UOL, o major Elis Cunha do BPMA-DF explicou que as cobras estavam dentro de caixas, escondidas em uma baia de cavalo. O caseiro da fazenda informou aos policiais que o amigo da vítima deixou os animais ontem à noite no local.

O jovem fazia parte de um grupo voltado para jovens da classe alta que comercializava e estudava animais exóticos.

O delegado também informou que existe a suspeita de que mais serpentes exóticas do estudante estejam escondidas. Além de tráfico de animais, o jovem pode responder por maus-tratos. 

A naja responsável pelo ataque, segundo a Polícia Militar, era criada ilegalmente na casa de Lehmkul. Nas redes sociais, o estudante de veterinária publicava várias fotos com cobras. Depois do caso ser publicado na mídia, as imagens foram apagadas.

O animal está na Fundação Jardim Zoológico dentro de uma caixa. Segundo o Ibama, só poderá sair do local quando um soro, contra o veneno da naja, for produzido.

Por ser um animal raro no Brasil, não havia soro antiofídico em Brasília, apenas algunas doses no Instituto Butantan em São Paulo. Por isso, para o tratamento, a família do jovem precisou importar o remédio dos Estados Unidos.