Latam Brasil entra com pedido de recuperação judicial nos EUA

Empresa já tinha processo em andamento e agora optou por incluir operações no Brasil

Publicado em 9 de julho de 2020 às 10:38

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação

A Latam Brasil entrou com pedido de recuperação judicial nos EUA na madrugada desta quinta-feira (9). Segundo informação de O Globo, é a primeira empresa brasileira que faz uso de uma legislação americana para proteger contra credores, de maneira temporária, enquanto a companhia busca se reestruturar.

O grupo Latam já havia recorrido a esse mecanismo, conhecido como Chapter 11, em maio, para proteger as operações no Chile, Colômbia, Peru e Equador. A empresa brasileira ficou de fora na ocasião. Ela representa 50% das operações do grupo, e 14% do passivo total. 

Segundo o jornal, o entendimento na época era de que ficando de fora, o Brasil teria negociação facilitada para conseguir uma linha de socorro com o BNDES. Mas agora, sem avanço nas negociações com o banco e sem perspectiva de retomada, a empresa decidiu incluir o Brasil também no pedido nos EUA.

O setor da aviação é um dos mais afetados pela pandemia da covid-19. No momento, não há perspectiva de retomada da área no Brasil.

A Latam entende que a lei americana tem vantagens em relação à brasileira, como o fato da proteção judicial incluir dívidas com empresas de leasing de avião, o que não acontece aqui. O fato de já existir um processo do grupo lá fora também foi levado em conta. O histórico de que várias empresas americanas conseguiram se recuperar após acionar o Chapter 11 também foi considerado, comparando que aqui no Brasil a maior parte dos processos de empresas aéreas acabou em falência.

A reportagem diz que o processo não deve mudar o plano de demissões da Latam - aqui no Brasil, a previsão é de desligamento de cerca de mil funcionários até o final de julho.

A Latam Brasil tem uma dívida de R$ 7 bilhões, principalmente com empresas de leasing e bancos. Considerando o crédito em passagens pagas, mas que não foram voadas, e outras provisões, o valor sobe para R$ 13 bilhões. O endividamento de todo o grupo é de US$ 10 bilhões. Incluindo as provisões futuras, a dívida salta para US$ 17,9 bilhões.