Levantamento indica alerta para epidemia de dengue, zika e chikungunya em Salvador

Estudo apontou que Salvador tem mais bairros fora da zona de risco

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  • Da Redação

Publicado em 23 de agosto de 2018 às 20:52

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Marina Silva/Arquivo CORREIO

A cada 100 casas de Salvador, ao menos três hospedam focos do mosquito Aedes aegypti. Com Índice de Infestação Predial (IIP) de 2,6%, Salvador ampliou, no entanto, o número de bairros que estão fora da zona de risco - ou seja, com IIP abaixo de 1%, que é o recomendável pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Os números são um indicativo do Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti (LIRAa), realizado entre os dias 3 e 7 de julho. 

No levantamento anterior, em abril, o LIRAa deu o indicador de 2,7% para a capital. Os bairros que tinham o risco de epidemia das arboviroses, com IIP igual ou menor que 1%, eram 26, e agora somam 28. O quantitativo de bairros com alto risco endêmico também reduziu em relação ao último levantamento, de 33 para 23 localidades com indicador acima de 4%."É um resultado muito tímido levando em conta todos os esforços da gestão em manter a cidade livre das doenças que são causadas pelo mosquito. É importante que a população também faça o seu papel e nos ajude nesse trabalho ininterrupto limpando seus quintais e mudando hábitos como deixar de jogar lixo nas ruas. Se a população não fizer a sua parte, fragiliza o nosso trabalho” pontuou Isolina Miguez, gerente das arboviroes do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ).A localidade da Lagoa da Paixão - que em abril demonstrou dimuição do índice, com 6,3%, em comparação a janeiro, quando apresentou 10,2% -, voltou à liderança do ranking e registrou IIP de 9,7%. Mata Escura (6,5%), Fazenda Coutos (6,0%), Vista Alegre (5,5%), São João do Cabrito e Lobato (5,0%), vêm logo atrás. 

Já as localidades da Engomadeira, Cosme de Farias, Matatu, Brotas, Vila Laura e Cajazeiras apresentaram baixos indicadores entre 0% e 0,7%.

Faxinaço Toda a cidade retomou, a partir desta quinta-feira (23), o clima de "faxinaço", para o "enfrentamento das arboviroses", explica a SMS. 

O objetivo das grandes faxinas e limpezas em terrenos consideradores de risco, segundo a pas, tem o objetivo de eliminar focos e criadouros dos vetores, especialmente nos bairros que indicam índices maiores.

Nesta sexta-feira (24), agentes de combate às endemias, em parceria com a Limpurb, vão percorrer, a partir de 8h, as ruas Franco Velasco, 16 de Janeiro e Sabiá. Além das travessas do eixo 37 e BA-539, ambas no bairro de Vista Alegre, no Subúrbio Ferroviário.

"Estamos retomando as ações de rotina como os mutirões de limpeza nos bairros prioritários, em parceria com a Limpurb. Nessa mobilização, intensificamos as visitas casa a casa, além de trabalhos de manejo ambiental, limpeza, remoção e descarte de lixo ou quaisquer outros materiais que possam se tornar criadouros nessas localidades", explicou Isolina.

Casos das doenças Em 2018, Salvador apresentou "queda acentuada", segundo a SMS, no número de casos notificados de dengue, zika vírus e chikungunya. 

Em nota, a pasta disse que "os dados apontam para a eficácia das estratégias aplicadas pelo município no controle da infestação pelo mosquito Aedes aegypti nos 12 distritos sanitários da capital baiana". 

Entre janeiro e agosto deste ano, ainda conforme a SMS, 1.097 casos de dengue foram notificados. No mesmo período do ano passado, 1.685 pessoas tiveram suspeita de infecção. Em relação à chikungunya, o registro foi quase sete vezes menor, com 55 notificações até agosto, contra 275 no ano anterior. Já o número de pacientes com suspeita de zika vírus chegou a 51, número seis vezes menor do que foi computado em 2016, quando 244 pessoas apresentaram sintomas da doença.