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Levei meu bloquinho (de papel) para o Arrastão do Circuito Dodô

Estimativa é de que mais de 50 mil curtiram o encerramento do Carnaval

  • Foto do(a) author(a) Milena Hildete
  • Milena Hildete

Publicado em 15 de fevereiro de 2018 às 04:00

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Fotos de Marina Silva/CORREIO

Tenho a impressão de que os foliões do Carnaval de Salvador acham que sete dias de festa é pouco. Ainda arrisco dizer que alguns até curtiriam o mês inteiro atrás do trio, sem pensar duas vezes. Tive mais certeza disso quando recebi minha pauta, na manhã de quarta-feira (14). Cheguei à redação e o chefe de reportagem me deu a seguinte missão: fazer a cobertura do tradicional Arrastão do Circuito Dodô (Barra-Ondina) e, além disso, buscar pessoas que estivessem tristes com o final da folia. 

Na Barra, um dos primeiros personagens que encontrei foi o estudante Adriano Cerqueira, 19 anos. Adris, como prefere ser chamado, me disse que é daqueles que não perdem uma festa por nada. Quando o abordei, no Farol da Barra, ele já chegou dizendo: “Menina, comecei a curtir desde o Festival Virada Salvador (festa que comemora o Revéillon em Salvador) e só parei agora”. De lá para cá, ele ainda foi para a Festa de Iemanjá e a Lavagem Bonfim. De quebra, quando o Arrastão acabasse, o jovem planejava encarar uma after party (pós-festa), na casa de algum conhecido. "Beijei horrores. Onde tem festa, eu estou. Por mim durava um mês ou até três", acrescentou Adris.

Depois dele, encontrei duas foliãs mais moderadas, mas ainda assim, insatisfeitas com o ‘curto’ Carnaval soteropolitano. As amigas Thais Morgana, 27, e Joice Almeida, 30, só queriam aproveitar mais uns dias, não precisavam de mais três meses como o exagerado Adris. Elas vieram de Aracaju e curtiram todos os dias do Carnaval. "Viemos de virote para curtir o Arrastão. Esse ano foi massa porque conheci muita gente nova na festa. Bem que poderia durar só mais uma semaninha", brincou Thais. Fôlego dos foliões dava para mais um mês de Carnaval No meio do povo, também encontrei as foliãs Daniele Furlan, 32, e Brenda Furlan, 23. Enquanto aguardavam o trio chegar, elas compravam um mingau com um ambulante para aguentar ‘meter dança’ da Barra até Ondina. “O negócio da gente é dançar e curtir. Queria que tivesse mais Carnaval para ver Léo (Santana) passar", disse Daniele. 

Por falar no Gigante, como Léo Santana é chamado pelos fãs, foi só ele aparecer para que milhares de pessoas engrossassem as fileiras do Arrastão. Era um verdadeiro mar de gente que não se importava com o calor de 31°C. Parecia até que era o primeiro dia de Carnaval. Para se ter uma ideia da multidão, a Empresa Salvador Turismo (Saltur) estimou que  entre 50 e 70 mil  pessoas saíram no Arrastão do Farol da Barra. Mas até chegar em Ondina, era um tal de “Chame Gente”, como diz a letra de um clássico do Carnaval. Tanto que a assessoria de comunicação de Léo Santana foi mais ousada nos números e apostou em 100 mil pessoas participando do Arrastão. 

Em cima do trio, o Gigante tocou as músicas mais famosas do verão, fazendo questão de agradecer aos foliões: "Esse é um momento importante na minha carreira e fico muito feliz de estar aqui", disse. Ele também recebeu convidados especiais, como Lincoln Sena, vocalista da banda Duas Medidas, e Compadre Washington, do É o Tchan.

Na sequência, foi a vez do cantor sertanejo Daniel Vieira, acompanhado do cantor Hyago Danadinho, ex La Fúria comandar a festa. A mistura de ritmos marcou o encerramento do Carnaval de 2018. 

Mas, voltando aos foliões mais ousados, quando estava retornando para a redação, depois de cumprir a missão do dia, me bati com o folião Avelino Andrade. Quando o encontrei, o Arrastão já tinha acabado, mas ele ainda estava com um copo de liquidificador (é isso mesmo que você leu) cheio de cerveja. “Agora é bater o peixinho de leve lá em casa, porque é Quarta-feira de Cinzas, né? Mais tarde tomo o resto da cerveja que comprei”, contou. Avelino quis aproveitar bem todos os dias do Carnaval com o seguinte argumento: “Na quinta-feira volta tudo ao normal. E eu, que sou peão, tenho de voltar a trabalhar”. 

O Carnaval do Gigante 

O Carnaval 2018 foi mais um ano de Léo Santana, ou melhor, do Gigante. Antes mesmo de começar a folia, o cantor arrastou uma multidão no Pipoco, no último dia 6 de fevereiro. Já no primeiro dia oficial do Carnaval, na quinta-feira (8), o pagodeiro botou até gringo para fazer o “L” de seu nome, com os dedos, no circuito Osmar. 

Na festa, milhares de pessoas se aglomeraram próximas ao trio sem cordas para dançar ao som das músicas mais tocados no verão. Uma delas, Várias Novinhas, é uma das fortes candidatas a Música do Carnaval. O cantor também tocou para os foliões dos blocos Nana e Muquiranas, além de ter feito participações em camarotes.