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Gil Santos
Publicado em 7 de novembro de 2022 às 13:06
O corpo do líder comunitário e vigilante da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Waldemar Marinho Santos Filho, conhecido como Júnior Marinho, 50 anos, está sendo velado em uma igreja em Paripe, no Subúrbio Ferroviário de Salvador, nesta segunda-feira (7). Ele foi assassinado na porta de casa e o motivo do crime ainda é desconhecido. O sepultamento será às 14h, no cemitério de Plataforma, também no Subúrbio. >
Familiares e amigos lotaram a igreja Pentecostal, na comunidade da Cocisa, para se despedir do trabalhador. O crime aconteceu na Rua Gelo Bahia, em Paripe, onde Marinho morava com a esposa e três dos sete filhos. Segundo testemunhas, ele estava varrendo a calçada, por volta das 6h, no domingo (6), quando foi surpreendido por dois homens armados.>
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Os bandidos fizeram diversos disparos e fugiram em seguida. As marcas da violência ainda estão nas paredes do imóvel. A esposa de Marinho e as crianças estavam em casa quando tudo aconteceu. A viúva, Iana de Jesus, contou que o marido seguiu a rotina.>
"Ele acordou 4h e pouca, ficou brincando com a bebê, temos uma filha de 2 anos e três meses, e depois foi limpar a porta de casa. A gente mora na frente de rua e por causa dos carregamentos de soja a porta fica suja e com mau cheiro, por isso, todos os dias a primeira coisa que ele fazia era limpar a porta e molhar as plantas, e foi isso o que ele fez no domingo" contou.>
Uma das filhas do casal, uma adolescente de 15 anos, contou que o pai era uma pessoa descontraída. "Ele gostava de brincar, fazia dancinhas e postava nas redes sociais. Era uma pessoa bem-humorada", contou, abraçada à mãe. >
Vizinhos relataram que ouviram os tiros e que ficaram assustados com a quantidade de disparos. Uma mulher, que pediu para não ser identificada, contou que estava dormindo e acordou assustada. >
“Foi uma chuva de tiros, eu percebi pelo barulho e fiquei com medo de levantar, aguardei um pouco e quando levantei ainda estava com as pernas tremendo. Ninguém sabe o que aconteceu, ainda estamos tentando entender o motivo dessa violência”, contou. >
Marinho atuava em uma Organização Não Governamental (ONG) que atendia crianças e adolescentes vítimas de violência. A esposa dele contou que ele trabalhava também como supervisor de segurança na Universidade Federal da Bahia (Ufba), há alguns anos. >
A universidade divulgou comunicado onde lamenta o assassinato. "Profissional respeitado por todos e admirado por seu trabalho, na instituição e fora dela", diz.>
Em nota, a Polícia Militar informou que uma equipe da 19ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/ Paripe) esteve no local, mas que quando os policiais chegaram Marinho já estava morto. >
“Os policiais isolaram o local para a realização de perícia. O Departamento de Polícia Técnica (DPT) foi acionado para adoção das providências cabíveis e remoção do corpo”, diz a nota.>
Segundo informações da Polícia Civil, uma equipe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) foi acionada, expediu as guias para remoção e perícia e agendou depoimentos. A 3ª DH/BTS vai apurar a autoria e motivação do crime.>