Lindo de se ver: Olodum abre seu Carnaval sob a regência de sua primeira maestrina

Andréia Reis regeu um orquestra formada por 120 tambores; Bloco comemorou 40 anos exaltando a força feminina

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  • Priscila Natividade

Publicado em 21 de fevereiro de 2020 às 22:05

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Priscila Natividade/ CORREIO

Maria Quitéria, Mãe Stella de Oxóssi, Angela Davis, Elza Soares, Maria Bonita, Mariele Franco, Conceição Evaristo. Com o tema Mãe, Mulher, Maria, Olodum, o bloco afro abriu a folia no Circuito Batatinha (Pelourinho), antes de desfilar nesta sexta-feira (21) no Campo Grande. Em comemoração aos 40 Carnavais que o Olodum completa este ano, mulheres fortes e guerreiras estamparam a fantasia da percussão, que pela primeira vez, foi comandada por uma mulher, a maestrina, Andréia Reis. 

É importante destacar o papel da mulher na sociedade principalmente nas profissões. O lugar da mulher é onde ela quiser e tem competência para estar”. Descoberta aos 12 anos, quando tocava lata na rua, Andréia regeu a orquestra de 120 tambores do pelourinho até o final do Circuito do Campo Grande. “A mulher na percussão tem valor, tem poder. Percussão não é só coisa de homem e eu estou aqui para mostrar isso”, afirmou.  Personalidades femininas como Elza Soares e Mãe Stella estavam estampadas nas fantasias e na percussão do Olodum (Foto: Priscila Natividade/ CORREIO) O protagonismo feminino marcou presença desde o abadá, ao balé, até a uma ala percussiva totalmente feminina. “Eu tenho 26 anos nesta casa. Representar essas mulheres negras, nessa entidade para mim é uma honra enorme. São 40 anos de luta e resistência”, pontuou a bailarina e educadora da escola do Olodum, Dora Lopes. 

Todo poder a elas

No domingo, dia 23, O Olodum desfila no circuito Dodô (Barra-Ondina) e na terça-feira (25) faz sua pipoca no Olodum para Todos. A artista Vânia San é uma das foliãs faz questão de seguir a banda por onde quer a batida do samba reggae esteja. 

Vânia participou da escola mirim da banda e viajou para países como a França e a Holanda cantando e tocando junto com o Olodum. “Vim participar de uma aula criativa e ganhei o mundo com o Olodum. É um bloco que prestigia o povo, o Pelourinho, o negro. Faz história”.   Olodum percorreu as ruas do Pelourinho antes de seguir para o Circuito Osmar (Campo Grande) (Foto: Divulgação: Manu Dias/ GOVBA) O professor José Roberto Palmeira e o cabelereiro Samuel Barreto, já saíram com o Olodum na Barra ano passado, mas queriam viver a experiência de sentir o tambor no Pelourinho: "Viemos para acompanhar a bateria do Olodum no chão", disse Roberto.  Os dois são apaixonados pelo batuque que só o Olodum tem. "Acompanhei uma vez na pipoca e não larguei mais", completou Samuel. 

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