Linhão de Belo Monte entra em operação

Construído pela State Grid, Furnas e Chesf, empreendimento é a maior LT em corrente contínua da América Latina

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  • Da Redação

Publicado em 14 de dezembro de 2017 às 12:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Folhapress

Com 2.092 quilômetros de extensão, a maior linha de transmissão de corrente contínua da América Latina entrou em operação nesta terça-feira, 12 de dezembro, com dois meses de antecedência, depois de a chinesa State Grid e a Eletrobras recuperarem o atraso das obras. A Linha de Transmissão permite o escoamento da energia produzida na Usina Hidroelétrica Belo Monte para as cargas localizadas nos submercados do Sudeste e do centro-oeste.

Ao anunciar o início da operação nesta quarta-feira (14), o Ministério de Minas e Energia destacou que o chamado "linhão" superou desafios durante a construção. Os empreendedores, formados por uma sociedade entre a State Grid e Eletrobras, enfrentaram problemas como protestos da população local que paralisaram a obra.

Originalmente, a energia de Belo Monte seria escoada primeiro por uma grande linha sob responsabilidade da Abengoa, mas a empresa abandonou o empreendimento em meio a uma crise financeira no final de 2015.

De acordo com o site Canal Energia, a linha de transmissão tem tecnologia inédita no Brasil com ultra-alta tensão de 800 kV, permitindo o transporte de energia com redução de perdas. Antes do primeiro Bipolo de Belo Monte, o Brasil utilizava a tensão de 600kV nos sistemas de transmissão em corrente contínua. 

O leilão para licitação das obras do sistema de transmissão, que interliga Xingu (PA) a Estreito (MG), e tem investimento aproximado de R$ 5 bilhões, foi realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica em 2014. A Belo Monte Transmissora de Energia, sociedade de propósito específico formado pelas empresas State Grid Brazil Holding S.A., com 51%; Furnas, com 24,5% e Eletronorte, também com 24,5%, foi a vencedora do Leilão.

A obra estruturante de grande porte foi estabelecida no planejamento setorial e integra o Programa de Aceleração do Crescimento e Avançar, cruza os estados do Pará, Tocantins Goiás e Minas Gerais. Grandes investimentos foram realizados pelo consórcio para garantir a segurança dos canteiros de obras, a mobilização e entrega dos serviços pelas empreiteiras e a garantia do suprimento de materiais especiais dos fornecedores, inclusive com o auxílio da Força Nacional.