Literatura chora morte de Philip Roth

O escritor morreu hoje(23), aos 85 anos, após uma insuficiência cardíaca em um hospital, em Nova York.

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  • Da Redação

Publicado em 23 de maio de 2018 às 20:42

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação

Considerado um dos maiores nomes da literatura americana, Philip Roth morreu ontem(23), aos 85 anos, após uma insuficiência cardíaca em um hospital, em Nova York. Autor de obras como O Complexo de Portnoy, romance que lhe deu fama e rendeu muita polêmica por abordar a  história de um homem(Alexander Portnoy) que se masturbava em toda parte, fosse no transporte urbano, em frutas e até mesmo num pedaço de fígado cru que sua mãe prepararia para o jantar, Roth tratou de questões como o desejo humano, a sexualidade masculina, a decadência do corpo, judaísmo, antissemistismo com humor .

Seu talento – presente desde a adolescência – foi contemplado com os principais prêmios literários, a exemplo dos dois National Book Awards, três PEN/Faukner Awards, um Pulitzer e o Man Booker International Prize. De tão importante, Roth conseguiu que sua obra completa fosse publicada pela Library of Congress, americana, e pela Bibliothèque de la Pléiade, francesa, que não costumam editar autores vivos e estão voltadas apenas para autores clássicos.

Vale salientar que Philip Milton Roth nasceu em 1933, dentro da comunidade judaica de Newark, em Nova Jersey. Começou a publicar em 1959, com Adeus, Columbus, pelo qual ganhou o National Book Award. O crítico Harold Bloom listava Roth como um dos possíveis autores a entrarem para o cânone ocidental. "Conhecemos um ao outro há muito tempo, e resenhei muitos de seus grandes livros. ‘Pastoral Americana’ e ‘O Teatro de Sabbath’ são os maiores, como os grandes livros do início da carreira de Thomas Pynchon. Ele representa o ápice da literatura americana desde a morte de William Faulkner, eles estão em pé de igualdade", disse em entrevista à Folha.

O biógrafo de Roth, Blake Bailey – que há seis anos prepara a história do escritor, prevista para ser lançada em 2021 – também garantiu que ele foi o melhor analista da vida americana no pós Guerra. “Ele retratou os lados mais brilhantes e obscuros da vida americana. Ele gostava de posar para retratos com um rosto severo só para manter o público a uma certa distância, mas era caloroso e jovial”, completou.