Live de Caetano deixa de ser lenda e acontece nesta sexta-feira (7)

Apresentação será no Globoplay, aberta para não assinantes

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  • Roberto Midlej

Publicado em 7 de agosto de 2020 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Fernando Young

A mais falada de todas as lives foi uma que não aconteceu e parecia que jamais aconteceria. Tanto que já rolavam umas brincadeiras nas redes sociais dizendo que se tratava de uma lenda. Mas, finalmente, hoje, às 21h30, Caetano Veloso realiza, direto da sala de seu apartamento, uma apresentação ao vivo.

E com direito à companhia dos filhos Tom, Moreno e Zeca e duas canções inéditas. Tudo para comemorar o aniversário do paizão, que está completando 78 anos hoje. A transmissão é exclusiva do Globoplay e será liberada para não assinantes.

Depois de tanta espera, Caetano disse estar curioso sobre a experiência e afirmou que, inicialmente, não via sequer possibilidade de fazer uma live.“Não achava que o que me era proposto fosse do meu feitio. Mas eu queria fazer. Acho graça de o assunto ter ficado tão falado. O fundamental, que é cantar, estar na companhia dos meus filhos e escolher canções, me dá prazer”, afirmou o cantor.E a apresentação vai incluir duas canções nunca apresentadas pelo baiano: Pardo e Talvez. A primeira, composição de Caetano, foi gravada por Céu. A segunda é uma parceria entre Tom Veloso, que escreveu a letra, e Cezar Mendes, autor da música. Caetano vai cantar junto com o filho a canção que foi lançada hoje nas plataformas digitais.  Tom, Zeca e Moreno vão participar da live (foto: Marcos Hermes/divulgação) O tropicalista não economiza elogios a Cezar: “A música é uma coisa essencial em Cezar Mendes. Ele sente as harmonias e acompanha os caminhos possíveis das melodias como respira, como deixa o sangue circular. Tendo ensinado muito a Tom sobre como se exprime isso com os dedos nas cordas do violão, revelou no discípulo um talento para pôr palavras em música semelhante ao dos melhores letristas de sambas-canções dos anos 1940”.

Quem teve o privilégio de ir ao show Ofertório, que Caetano apresentou no ano passado com os filhos, pode se preparar para um repertório e bem diferente. Além disso, não tem banda: são apenas os Velosos que, sem outros músicos, se revezam entre violões e voz, com momentos em que o pai cantará composições dos filhos ao lado de cada um deles.

Canções O repertório completo ainda não foi revelado, mas tudo indica que será uma mistura de clássicos com outras menos conhecidas, como indica Caetano: “Recebo muitos recados e e-mails pedindo canções e até orientando se vou para o lado do material ultraconhecido ou se canto coisas que quase nunca cantei. Meu critério deveria ser exclusivamente este: o que eu posso fazer melhor?”. Mas tudo pode acontecer: “Acho que até a véspera, mesmo minutos antes, ou durante a própria apresentação, o repertório vai passar por mudanças”.

Embora só agora tenha cedido à pressão por realizar sua live, Caetano já havia participado algumas vezes das apresentações de Teresa Cristina. Diz também que havia assistido a algumas, como as de Milton Nascimento, Gilberto Gil e Bell Marques.“Lives são situações de clima próprio. Não é como gravar um vídeo ou fazer um show num palco diante de plateia. Gosto das frestas que aparecem nesse formato que surgiu com a quarentena”.Sem agenda de shows, o músico diz que está aproveitando o tempo em casa para ler mais: “Leio mais os jornais. Fico horas com essas páginas enormes nas mãos e diante dos olhos. Leio praticamente todos os articulistas e a maioria das matérias”.

Tem também feito postagens nas redes sociais e até participou de um vídeo com Marcelo Adnet para anunciar a live. “Os tempos que vivemos não seriam apenas menos suportáveis sem Marcelo Adnet ou Gregório Duvivier: sem pessoas como eles, seriam obscuros, ininteligíveis”, diz.