Luciano Hang é envolvido com lavagem de dinheiro, contrabando e agiotagem, diz Abin

Carreira empresarial do dono da Havan é recheada de atividades ilícitas, aponta relatório

  • D
  • Da Redação

Publicado em 23 de junho de 2021 às 09:15

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação

Um relatório produzido pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), entregue à CPI da Covid no Senado, aponta o envolvimento de Luciano Hang, dono da Havan e aliado de Bolsonaro, com atividades ilícitas. O documento, elaborado em junho de 2020, faz um compilado das investigações e suspeitas que recaem sobre o empresário catarinense para alertar o presidente sobre os riscos políticos da proximidade entre eles.

Alguns dos possíveis crimes apontados pelo documento são: agiotagem, contrabando, evasão de divisas e sonegação. De acordo com o documento, só na Justiça de Santa Catarina há 25 processos em aberto envolvendo o braço financeiro dos negócios de Hang.

O documento é classificado como ‘reservado’, grau mais baixo de sigilo na escala da Abin, mantendo um segredo de cinco anos sobre suas conclusões. Apesar disso, ele foi repassado a um membro da CPI da Covid e as informações divulgadas pelo portal Uol nesta terça-feira.

No texto, que tem 15 páginas, os investigadores relembraram a carreira empresarial do dono da Havan. Foram levantados fatos desde a entrada de Hang no mundo dos negócios, quando ele tinha 21 anos, até as polêmicas recentes, como a investigação na CPI das Fake News por suspeita de integrar o chamado gabinete do ódio.

Entre os pontos mais detalhados do relatório, está uma análise dos dados contábeis da empresa produzida ainda no ano 2000 por uma estudante de economia da Universidade Federal de Santa Catarina. Na pesquisa, ela destacava que, já naquela época, o custo fixo mensal das lojas era cinco vezes maior que o faturamento, o que deveria inviabilizar os negócios.

A Abin também relatou ao presidente Bolsonaro que Hang foi investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) por lavagem de dinheiro, remessa de dinheiro de origem ilegal ou duvidosa, sonegação fiscal, contrabando de importados e evasão de divisas. Na época, ele foi acusado de usar o primo Nilton Hang como ‘testa de ferro’. Os fatos datam da época do 'Escândalo do Banestado', que estourou em meados de 2003.