Luís Felipe Manvailer vai a júri popular pela morte da esposa

Caso foi no Paraná; ele alega que mulher pulou da janela em meio a briga

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  • Da Redação

Publicado em 17 de maio de 2019 às 23:11

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução

A Justiça determinou que Luís Felipe Manvailer, acusado de ter matado a esposa, Tatiane Spitzner, vá ao Tribunal do Júri por homicídio qualificado e fraude processual. A decisão é desta sexta-feira (17). Ele foi absolvido pelo crime de cárcere privado pela juíza Paôla Gonçalves Mancini de Lima, da Comarca de Guarapuava. Ele teve a prisão preventiva mantida. 

O Ministério Público do Paraná acusou Manvailer de homicídio qualificado por motivo torpe, asfixia mecânica, difultar defesa da vítima e feminicídio. A denúncia ainda o acusada de fraude processual e cárcere privado. 

Para a juíza, Manvailer não cometeu o cárcere, já que as imagens de câmera de segurança mostram que "não houve intenção de cerceamento da liberdade de locmoção de Tatiane (...) mas sim intenção de reter a vítima por pouco tempo e contra sua vontade para que subisse ao apartamento". 

A ação, destaca a juíza, durou pouco mais de um minuto. Uma testemunha ouvida contou que Manvailer chegou a falar "saia daqui" para a mulher durante a briga. Além disso, a testemunha também ouviu Tatiane pedir o celular do réu, o que "comprova que ela queria estar ali", para a juíza. 

A sentença de pronúncia entende que há indícios de que Manvailer matou Tatiane. O casal teria brigado porque a vítima queria o celular do suspeito, o que teria gerado uma reação "desproporcional", diz a juíza. Depois disso, teria havido a morte por esganadura. Já o feminicídio entra por ser um crime que envolve violência doméstica. Por isso, a Justiça aceitou as qualificadoras propostas - motivo fútil, asfixia, meio cruel, recurso que impossibilitou defesa e feminicídio. 

A juíza também diz que há indícios de fraude processual, já que Manvailer foi filmado limpando o sangue do elevador do prédio. Além disso, ele também retirou o corpo de Tatiane após a queda, levando de volta para o apartamento do casal. Além das câmeras, há o depoimento de uma testemunha para fortalecer essa acusação.

As gravações mostram Manvailer buscando o corpo da mulher e subindo com ele. Depois, ele reaparece com outra roupa, limpando o elevador. Isso, diz a decisão, traz a suspeita de que o réu teve "intenção de prejudicar as investigações, pois não ficou devidamente esclarecido nos autos qual seria o motivo do resgate do corpo obviamente sem vida da vítima".

Lados Os defensores de Manvailer afirmam que a inocência do réu vai ficar demonstrada. A absolvição de Manvailer do crime de cárcere privado afasta "qualquer fato ventilado pela acusação" antes do casal entrar no apartamento, dizem.

Já o advogado que representa a família da vítima diz que a decisão é justa, exceto na absolvição, já que há "indícios veementes do crime de cárcere privado, os quais devem ser analisados pelo júri".

Crime A advogada Tatiane Spitzner foi achada morta em 22 de julho do ano passado, no apartamento em que morava com o marido. Naquela madrugada, a Polícia Militar recebeu um alerta de que uma mulher tinha pulado ou caído na calçada. Quando os PMs chegaram, não encontraram mais o corpo e testemunhas contaram que um homem o levou para dentro do prédio. Foi quando Tatiane foi achada já sem vida.

Imagens de segurança mostram quando Manvailer agrediu Tatiane na garagem e também no elevador do prédio. Depois, ele aparece subindo o elevador com a mulher no colo. Em outra imagem, ele limpa os vestígios de sangue. 

O suspeito fugiu no dia do crime, mas foi preso horas depois ao se envolver em um acidente na BR-277, no oeste do Paraná, com o carro da vítima. Ele sempre negou ter matado Tatiane, alegando que a esposa pulou da janela durante a briga do casal. Ele disse que bateu o carro porque não conseguia tirar a imagem do suicídio de Tatiane da mente. Para a polícia, Manvailer buscava fugir para o Paraguai quando sofreu o acidente e foi preso.