Lupin volta com mais ação e foco na relação entre pai e filho  

Segunda e aguardada parte da série francesa estreia nesta sexta (11) na Netflix

  • Foto do(a) author(a) Ana Pereira
  • Ana Pereira

Publicado em 11 de junho de 2021 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Emmanuel Guimier/Divulgação

Quem estava esperando com ansiedade a nova temporada da série Lupin, lançada com grande sucesso em janeiro pela Netflix, pode se preparar pra maratonar. A segunda parte da produção francesa chega hoje ao catálogo do streaming, com o herói Assane Diop ainda mais sedutor, inteligente e sedento por vingança. 

Vivido pelo astro Omar Sy (de Os Intócaveis), o personagem conquistou milhões de expectadores com sua sagacidade, renovando o interesse por Arsène Lupin, o ladrão elegante criado pelo escritor Maurice Leblanc (1864-1941), muito popular na França. Mais especificamente, segundo a própria plataforma, 76 milhões de lares assistiram à parte um, apenas nos seus primeiros 28 dias. E se se tornou a primeira série francesa a entrar no top 10 da Netflix nos Estados Unidos.  

Criada pelo inglês George Kay, dos sucessos Criminal e Killing Eve, Lupin retorna exatamente onde a primeira parte terminou, com o sequestro do filho de Assane, e vai seguir aprofundando as relações familiares, sobretudo entre pai e filho. Segundo o ator  Omar Sy, Assane tem problemas em ser filho e em ser pai. 

“Quando ele foca em vingar seu próprio pai, ele age de maneira um pouco infantil e esquiva-se das suas responsabilidades enquanto pai, e quando ele passa tempo com seu filho, ele esquece que em alguma medida da sua busca por vingança”, afirmou o ator, que é pai de cinco filhos. 

De pai para filho

Nesta sequência, a série vai falar ainda mais de heranças, a partir do elo de ligação entre Assane, seu pai e seu filho: um livro sobre Arsène Lupin, que inspira suas ações e é paixão compartilhada entre o trio. Um dos aspectos marcantes da série é trazer o personagem clássico – que já inspirou várias adaptações para televisão e cinema – para a França multietnica atual.   O pai de Assane é imigrante africano, acusado por um crime que não cometeu, e o menino cresce enfrentando muitas questões, como o racismo, que não chega a vir para o primeiro plano, mas está colocado em várias situações. Este sentimento de injustiça, diz Omar Sy, define Assane. “O fato de ser ignorado, de ser invisível se tornou seu trauma”, pontua o ator. Vale destacar que os disfarces, central na obra literária e em outras versões, não é uma questão na série.

Mas os truques seguem sendo um dos pontos fortes da história. Assane tem muitas habilidades, como afanar coisas sem deixar rastros, ou entrar e sair dos lugares como  um passe de mágica. Algumas soam muito mirabolantes, mas não deixam de trazer um toque divertido à narrativa, que ganhou mais ação. Outro acerto é contá-la em dois períodos de tempo, mostrando a infância e como o ladrão se tornou quem é.              O sucesso de Lupin já animou a Gaumont Television, produtora de cinema mais antiga do mundo, a produzir a parte 3, com mais seis episódios. Em conversa com a imprensa na semana passada,  George Key afirmou que ainda há muitos lugares de Paris para filmar. As cenas nas ruas da capital francesa e em pontos turísticos, com o Museu do Louvre, são destaque nos episódios. Mas a parte dois começa com as paisagens bucólicas do interior do país.  

"A ideia de Arsène Lupin ser um livro na série, e não um personagem real, nos dá muita liberdade. Assane Diop não é um herói da literatura, não é um homem conhecido por sua reputação, é um cara do povo que cresceu pobre e tudo o que tem é um livro. Então é um tipo diferente de história, não estamos adaptando um livro, mas contando a história de um garoto.", disse George, que confessou que, até ser convidado pela Netflix, não conhecia as histórias de Maurice Leblanc.