Luxo ou necessidade? Veja vantagens de ter banco de couro no carro

Ter o opcional pode aumentar em quase 45% o valor de um carro novo

  • Foto do(a) author(a) Vinicius Nascimento
  • Vinicius Nascimento

Publicado em 11 de setembro de 2020 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Nara Gentil/CORREIO

Além de ter seu charme que é quase indiscutível, o banco de couro é um adereço ótimo para quem quer comprar um carro 0km. Ele não acumula tanta poeira e por isso é mais fácil de higienizar. Como é impermeável, também facilita a vida de quem costuma comer e beber dentro do carro. Ou seja: pequenos acidentes não causam tanto desespero. O fato de não acumular poeira inibe a proliferação de ácaros e fungos no assento, e essa é uma grande vantagem para pessoas alérgicas ou sensíveis a esses microrganismos.

Mas é aquela coisa, né: de graça, nem injeção na testa. Custa muito mais caro ter um banco de couro e, mesmo oferecendo uma série de facilidades, também é necessário ter muito cuidado para preservar essa belezura. Fomos atrás de dicas e comparamos preços para que você, nobre leitora ou nobre leitor, avalie se o banco de couro vale à pena.

Primeiro vamos aos valores: na Columbia Chevrolet, o Ônix na versão Joy, sem banco de couro, sai a partir de R$ 53.990. Gerente de venda na loja, Renata Rodrigues explica que ele tem alguns detalhes em couro no banco. A versão top do carro é quem dispõe do desejado branco: o Ônix Premier 2020, que sai a partir de R$ 77.990.

O carro de entrada da Imperial Honda é o Fit. Na versão LX, sem banco de couro, o veículo sai a partir de R$ 78.900. A versão com banco de couro é o Fit EXL, que sai por R$ 90.000.

É evidente que o banco de couro não é o único responsável por aumentar tanto o valor do carro. Ele é apenas mais um dos itens de série. No caso do Ônix Premier, por exemplo, ele ganha câmbio automático de 6 marchas, câmera de ré, Wi-fi para até 7 dispositivos eletrônicos e opção de assistente de estacionamento automático em algumas versões.

Mesmo com o valor mais elevado, muitos fatores incentivam que motoristas  de Salvador invistam no banco de couro. Em tempos de pandemia, ter o banco de couro pode até ser mais útil por conta da facilidade de higienização. O infectologista Fábio Amorim aponta que “do ponto de vista de limpeza, material sintético impermeável é muito mais eficaz para higienização”.  A limpeza é um fator que influencia a Valéria Menezes, 30, a não abrir mão do banco de couro: ela tem dois cachorros - muito serelepes e ativos.

“É inviável transportá-los num banco de tecido. Além soltar muito pêlo, eles passeiam em ambientes com terra, grama e acabam sujando o banco com isso. Já ocorreu também de um deles fazer xixi, quando era muito novinho, e de vomitar na adaptação ao carro. Então, é um investimento que, para mim, vale muito a pena”, explica Valéria, que tem rinite e diz que, com o banco de couro, menos poeira é acumulado, o que a ajuda.

Por sua vez, o empresário Eduardo Martins é enfático ao frisar a necessidade de ter um banco de couro e que eles são tão importantes quando volante, pedal e câmbio. Aos 36 anos, Martins aponta que é inviável ter banco de tecido com a quantidade de viagens que faz com sua filha de 4 anos de idade.

“É inevitável comer e beber no carro. Já aconteceu de cair suco, então a gente pega uma toalha e limpa rapidinho. Imagine se fosse em um banco normal? E tem também a questão da sujeira, porque frequentamos muito a praia, então suja de areia, sentamos no banco com roupa molhada”, disse.

Cuidados Proprietário da Acquazero EcoWash Delivery Cabula, Josimar Nascimento diz que o banco de couro é um material muito nobre e que precisa de cuidados à altura. Muitas vezes o banco está muito sujo e as pessoas sequer percebem.

“O banco de couro normalmente tem uma cor mais opaca e, quando ele está muito brilhoso, é sinal de que precisa de higienização. Ele fica assim porque acumula gordura oriunda do suor, por exemplo. Geralmente, não se vê, mas é um indício de sujeira”, aponta.

A primeira dica dada pelo especialista é ter atenção com os produtos que serão utilizados para fazer a manutenção do banco. Produtos à base de álcool, querosene ou removedores devem ser cortados da lista porque são muito agressivos para o banco e podem estragá-lo. Ele também afirma que é um mito a história de que a limpeza com cosméticos como hidratantes ou shampoo pode estender a vida útil de seu banco.

“Os cosméticos vão engordurar o banco. O ideal é você usar um sabão neutro, um pincel e uma escova de sapateiro com cerdas macias. Depois de escovar, passa um paninho de microfibra e você vê a sujeira sair. Por fim, passa água com borrifador”, explica.

A limpeza deve ser feita de cima para baixo. Comece usando o pincel para limpar as costuras do banco. Feito isso, passe o sabão suavemente e esfregue, com delicadeza, o banco. Cuidado com a força para não rasgá-lo. Um outro alerta que Josimar, da Acquazero, oferece é o de não aspirar o banco, justamente para que ele não danifique em alguma parte com rasgos, estragos na costura e afins.

Além da limpeza, também é preciso atentar para a hidratação do banco. Esse processo deve ser feito após essa primeira limpeza e com produtos específicos para isso. Todo o processo deve ser feito na sombra.

Gerente de vendas da Imperial Honda Pituba há 12 anos, Rosângela Ashitate explica que é preciso ter atenção para não deixar o banco ressecar e evitar danos ainda maiores como o rompimento do couro no automóvel. Esse desgaste acontece devido ao aumento da exposição solar, suor e até mesmo o atrito de movimentos do próprio corpo dentro do carro.