Mães de jovens desaparecidos protestam em frente à Governadoria

Elas cobravam explicações do governo sobre o desaparecimento de seus filhos, cujos sumiços, segundo elas, têm ligação com a polícia

Publicado em 21 de novembro de 2014 às 06:53

- Atualizado há um ano

No Dia da Consciência Negra, mães estendem faixa e cartaz em frente ao prédio da Governadoria, no CAB (Foto: Evandro Veiga)A mãe de Davi Fiuza e outras dez mulheres protestaram  ontem, em frente à Governadoria, no Centro Administrativo da Bahia (CAB). Elas cobravam explicações do governo sobre o desaparecimento de seus filhos, cujos sumiços, segundo elas, têm ligação com a polícia.  “Eu peço que não esqueçam do meu filho e me ajudem a encontrar respostas”, disse Rute Fiuza, mãe de Davi Fiuza, que desapareceu no último dia 24, em São Cristóvão.No mês passado, a família Fiuza procurou a Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH) para solicitar a inclusão no sistema de proteção a testemunhas. Ontem, a assessoria do órgão informou que o processo ainda está em andamento e não há previsão para a conclusão das análises. Anteontem, a Corregedoria da Polícia Militar informou, em nota, que passou o caso para a investigação da Polícia Civil, depois de descartar a participação de PMs no crime. Procurado, o delegado Antônio Carlos Magalhães, responsável pela investigação, afirmou que várias testemunhas já foram ouvidas, incluindo os policiais que estavam escalados para trabalhar no dia em que o garoto sumiu. Ele, porém, não revelou o teor dos depoimentos.Na quarta-feira, o delegado informou que nenhuma testemunha confirmou a ligação entre alguma operação da Polícia Militar e o sumiço do garoto. “Mas  sabemos que tem a reserva de que eles podem ter medo de falar”, afirmou. Presente na manifestação, Cleonice Oliveira,  mãe de Jean Carlos Oliveira da Silva, desaparecido desde maio de 2013, cobrou agilidade nas investigações. “Meu filho foi  preso, algemado, encapuzado e desapareceu. Até hoje, não sei onde está meu filho”,  disse ela. Segundo Cleonice, o filho teria sido abordado por PMs dentro da casa onde morava , em Canabrava, com os amigos Jean Carlos Oliveira da Silva,  19 anos, e Sérgio Luiz Santos Nascimento Júnior,  27 anos. Desde então, os  três jovens permanecem desaparecidos. Procurada, a Polícia Militar não se manifestou sobre o assunto.