Mais da metade das internações em hospitais da Bahia são por acidente de trânsito

Motociclistas respondem por 68% entre os internados após acidentes

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  • Luan Santos

Publicado em 9 de maio de 2019 às 05:30

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Marina Silva/Arquivo CORREIO

Atualmente, mais da metade dos pacientes internados nos hospitais baianos foram vítima de acidente de trânsito. O número assusta: são 52%, de acordo com estudos da Associação Brasileira de Medicina de  Tráfego na Bahia (Abramet). Deste percentual, 68% são motociclistas - vale lembrar que Salvador registrou um aumento de 35,7% no caso de mortes de motociclistas no primeiro trimestre de 2019.

Os dados apresentados pela associação coincidem com os números registrados pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab). No ano passado, foram 9.278 internações por acidente de trânsito, sendo 6.326 de motociclistas. Em segundo lugar estão os pedestres -  1.194 casos. Nos números preliminares deste ano, a proporção é parecida. Das 950 internações entre janeiro e fevereiro, 620 de motociclistas - equivalente a 65% do total.

Os condutores de motos também são os maiores entre os que receberam indenizações do seguro DPVAT (Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre) em Salvador e na Bahia. Na capital, foram 1.810 indenizações pagas no ano passado, sendo 1.262 para motociclistas - o que corresponde a 69% do total. Na Bahia, a proporção é ainda maior: dos 15.958 benefícios pagos, 11.922 foram para condutores de motocicletas, equivalente a 74% do total. 

Para o presidente da Abramet, Antonio Meira, a maior parte dos acidentes ocorre por imprudência. "A maioria dos acidentes não são acidentais, há alguma falha do ser humano, uma imprudência, desrespeito e, assim, passíveis de prevenção", afirma, ao ressaltar a necessidade de maior conscientização de motociclistas, mas também de motoristas para uma boa convivência no trânsito.

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Dava para evitar Pesquisas da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que o uso adequado do capacete reduz em 70% o risco e a gravidade da lesão, além de diminuir em 40% a probabilidade de morte em um eventual acidente. Consequentemente, leva à redução dos custos com tratamento."Quando o equipamento não é usado da forma adequada, os motociclistas  acabam tendo lesões mais graves, ficam mais tempo internados,  necessitam de cirurgias mais complexas. Hoje, esse é o maior problema do  trânsito", avalia Antonio Meira.Assim, é fundamental que o condutor da moto fique atento na hora de utilizar o equipamento. Além de observar se o capacete está preso, é preciso ficar analisar a qualidade no momento da compra - ele deve ter selo do Inmetro. Caso ocorra um acidente, é preciso observar a condição do equipamento após algum choque, pois qualquer dano pode afetar a condição de proteção do objeto, segundo Meira.

Para ele, os motociclistas são considerados os mais vulneráveis no trânsito. "Eles recebem toda a carga de energia gerada pelo acidente. Não tem o arcabouço físico de proteção, como os carros. Eles competem espaço com outros veículos, além de serem menos visíveis. Acabam sofrendo risco maior de colisão", complementa.