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Da Redação
Publicado em 14 de novembro de 2019 às 23:00
- Atualizado há 2 anos
Foto: Prado Notícia As manchas de óleo retornaram para o litoral de Cumuruxatiba, no município de Prado, no Extremo Sul do estado nesta quinta-feira (14). O secretário municipal de Turismo, Cultura e Esporte, Wander Noronha, afirma que fragmentos apareceram na região após cerca de uma semana sem registros da chegada do resíduo.>
Segundo voluntários do grupo Cumuru Sem Óleo, foram recolhidos cerca de 3 toneladas do resíduo que estavam nas praias de Rio do Peixe Grande, Rio do Peixe Pequeno, da Fazenda e do Centro. A informação foi confirmada pelo Ibama.>
Segundo a arquiteta Iris Brasil, 41 anos, que participa do grupo, foram identificadas manchas de diversos tamanhos na região.“Havia, inclusive, uma mancha de três metros de diâmetro. Era a mancha-mãe. Tinham outras menores de todos os tamanhos possíveis”, relatou.Ainda de acordo com Iris, as primeiras manchas foram avistadas durante um monitoramento feito pelo grupo por volta das 7h desta quinta. >
“Depois de encontrar as manchas, acionamos os voluntariados e equipe da limpeza pública de Cumuruxatiba. Mais tarde, vieram os agentes de Prado”, disse.>
Ainda segundo ela, cerca de 15 agentes de limpeza pública trabalharam na retirada do material junto com três homens da Marinha.>
Apenas de voluntários foi mobilizado um contingente de cerca de 150 pessoas. Os ajudantes limparam 5 km de praia, informou Iris.>
O secretário Wander Noronha afirmou que o retorno dos fragmentos preocupa, mas que a prefeitura local está de prontidão para realizar a limpeza das praias.“Com a possibilidade de reincidência, temos que orientar o turista para caso ele identifique algum fragmento de óleo”, explicou ele.Ainda segundo Wander, houve uma queda de menos de 5% no turismo do município devido as manchas de óleo.>
O professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e coordenador da Rede Abrolhos, Rodrigo Moura, informou que a Reserva Extrativista do Corumbau foi “duramente atingida” nesta quinta. Cumuruxatiba faz parte da reserva.>
Cumuru Sem Óleo Há 15 dias, moradores de Cumuruxatiba criaram o grupo Cumuru Sem Óleo para monitorar as praias e limpar os resíduos que já haviam chegado ao local. Os voluntários ainda instruem a população sobre os riscos do contato com o petróleo cru.>
“Até ontem era um trabalho preventivo e hoje tem um trabalho mais intenso de coleta”, disse. “A gente recebeu pequenos fragmentos e em duas ocasiões foram manchas de cerca de 40 cm em umas das praias, isso tem mais de uma semana”, completou.>
O grupo começou com o entendimento dos moradores da região de que era preciso se preparar para responder à chegada de óleo. Uma das buscas do Cumuru Sem Óleo é por mais apoio com a doação de materiais e a disponibilização de agentes públicos para a limpeza da costa.>
Veja a lista de paraísos baianos atingidos pelo óleo e a situação em cada local:>
1 - Praia do Forte/Mata de São João (poucas pelotas remanescentes) 2 - Imbassaí/Mata de São João (poucas pelotas remanescentes) 3 - Morro de São Paulo/Cairu (poucos fragmentos remanescentes) 4 - Boipeba/Cairu (poucos fragmentos remanescentes) 5 - Garapuá/Cairu (poucos fragmentos remanescentes) 6 - Guarajuba/Camaçari (praia limpa) 7 - Itacimirim/Camaçari (praia limpa) 8 - Arembepe/Camaçari (praia limpa) 9 - Itacarezinho/Itacaré (praia limpa) 10 - Trancoso/Porto Seguro (poucos fragmentos) 11 - Arraial d’Ajuda/Porto Seguro (poucos fragmentos)>
*Com orientação do chefe de reportagem Jorge Gauthier.>