‘Mais um escândalo de corrupção’, lamenta Bruno ao comentar prisão de Milton Ribeiro

Ex-ministro da Educação de Bolsonaro está no centro de investigação sobre favorecimento de pastores evangélicos a partir de repasses do MEC

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  • Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2022 às 11:27

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação

O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil) lamentou que  o Brasil esteja diante de “mais um escândalo de corrupção” ao citar as denúncias que culminaram na prisão, na manhã desta quarta-feira (22), do ex-ministro da Educação do governo Bolsonaro, Milton Ribeiro. A Polícia Federal investiga a existência de um possível “gabinete paralelo”, no qual as verbas do FNDE eram repassadas a alguns municípios por intermédio de pastores evangélicos ligados ao governo, mediante pagamento de propina. 

O mandado de prisão preventiva foi expedido por ordem do juiz Renato Borelli, da 15ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal, e cita supostos crimes de corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência. Ribeiro foi localizado em Santos (SP). 

“Já acompanhei pela imprensa logo cedo. Eu vi as notícias. A gente lamenta mais um escândalo de corrupção. Esperamos que, havendo culpados, que eles possam ser responsabilizados”, comentou o prefeito durante entrevista coletiva. 

A operação que apura a prática de tráfico de influência e corrupção para a liberação de recursos públicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação foi batizada como ‘Acesso Pago’ e ainda busca cumprir outras quatro ordens de prisão.

Entre os alvos das buscas estão o próprio Milton Ribeiro e os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos - dupla que está no centro do esquema sob suspeita. O juízo da 15ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal também deferiu medida cautelar de proibição de contatos entre os investigados e envolvidos.

O inquérito foi aberto a pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras, e por ordem do Supremo Tribunal Federal, em razão do foro privilegiado de Milton Ribeiro, à época ainda ministro da Educação. Após o aliado do presidente Jair Bolsonaro deixar o governo em meio ao escândalo, a ministra Cármen Lúcia remeteu o inquérito para primeira instância.

A Polícia Federal informou que, com base em documentos, depoimentos e relatório de investigação preliminar da Controladoria-Geral da União, ‘foram identificados possíveis indícios de prática criminosa para a liberação das verbas públicas’.