Manchas de óleo: governo decreta situação de emergência no estado

Seis cidades atingidas pelo resíduo vão receber recursos da união

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  • Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2019 às 18:13

- Atualizado há um ano

. Crédito: Mateus Pereira/GOVBA

Com praias de oito municípios da Bahia atingidas por um óleo que vazou no oceano, o governador da Bahia em exercício, João Leão, assinou um Decreto Estadual de Emergência nesta segunda-feira (14). O documento busca liberar recursos para seis das cidades atingidas pelas manchas da substância.

As cidades beneficiadas são Camaçari, Conde, Entre Rios, Esplanada, Jandaíra e Lauro de Freitas. Para ser incluído no decreto, o município precisa solicitar o auxílio e Salvador e Mata de São João não fizeram essa solicitação. Cada localidade vai receber recursos de acordo com o tamanho da orla e a quantidade de óleo que chegou nas praias. O decreto, que tem prazo de 60 dias, permite a compra de material sem licitação. (Foto: Marina Silva/Arquivo CORREIO) Estavam presentes na assinatura do decreto representantes da Secretaria do Meio Ambiente da Bahia (Sema), do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil Estadual, da Ordem dos Capelães do Brasil e prefeitos dos municípios. A retificação ocorreu por volta das 15h, no Wish Hotel da Bahia, em Salvador.

Outros dois documentos também foram assinados na ocasião. O primeiro trata da ajuda da sociedade civil na limpeza das praias, especialmente com a ação da Ordem dos Capelães do Brasil. O outro texto é um pedido de apoio da Petrobras.

Segundo a doutora capelã Elizabeth Ferraz, presidente nacional e internacional da Ordem dos Capelães do Brasil, o grupo vai liberar 5 mil voluntários para trabalhar na limpeza das praias pelo Litoral Norte.

“Os capelães são treinados, formados e são voluntários. O capelão está preparado para fazer essa ação e temos pessoas em cada região. Por isso, convoco os capelães de cada região para termos condições de fazer uma assistência mais longa e conseguir dar um retorno para não ter prejuízo nem para o meio ambiente, nem para a sociedade, nem para o turismo local”, pontuou Ferraz.   Com a coleta realizada pelos municípios, Defesa Civil e Corpo de Bombeiros, já foram retiradas 35 toneladas de óleo das praias baianas. Segundo o secretário do Meio Ambiente, João Carlos Oliveira, houve um decréscimo na quantidade de óleo que chega nas praias do estado na comparação com a última sexta-feira (11). “Hoje eu sobrevoei todo o Litoral Norte, de Salvador a Conde, e encontramos manchas de óleo a partir de Jacuípe. A concentração maior é em Sítio do Conde, Conde e Massarandupió”, afirmou o gestor.

Comando Unificado A assinatura do decreto ocorreu logo após a reunião do Comando Unificado de Incidentes, na manhã desta segunda-feira (14). No encontro foi definido alguns aspectos do documento assinado pelo governador em exercício.   O secretário da Sema contou que são nestas reuniões que as decisões sobre as ações de combate do óleo são tomadas. “A partir do comando unificado vem sendo planejado várias ações, inclusive a de hoje. Agora, é uma ação concreta dos municípios e do governo estadual e federal para alocar recursos para resolver problemas”, ressaltou Oliveira.   De acordo com a diretora geral do Inema, Márcia Telles, a reunião desta segunda também avaliou as ações realizadas por todas as localidades atingidas pela mancha e foram definidas ações futuras. “Vamos tem uma reunião para debater a forma adequada de guardar os resíduos e a as orientações para os municípios para a limpeza dos manguezais caso as manchas cheguem até lá”, contou. Nesta terça (15), o Ibama vai realizar um novo sobrevoo da costa do estado.   Segundo representantes dos órgãos que integram o comando, a grande preocupação é que o óleo chegue nos estuários da região. “No litoral norte, são oito estuários que podem ter problemas mais graves. Precisamos comprar equipamento e ter material para recolher os resíduos”, afirmou o Coronel Telles, do Corpo de Bombeiros.   Ainda de acordo com ele, a Cetrel se ofereceu para alocar os resíduos de forma temporária. Seria possível guardar até 50 toneladas de forma adequada no local até que fosse decidida a destinação final do óleo.   Com o grande número de voluntários, é necessário instruir os ajudantes sobre o contato com o óleo. O superintendente da Defesa Civil da Bahia (Sudec), Paulo Sérgio Luz, afirmou que os municípios já enviaram as solicitações de compra dos equipamentos de proteção individual para os trabalhadores.

*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro