'Manifestação foi tiro no pé', diz líder da oposição na Assembleia Legislativa

Votação da PEC da Previdência teve arremesso de ovos, empurrões e intimidação

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  • Mario Bitencourt

Publicado em 1 de fevereiro de 2020 às 13:29

- Atualizado há um ano

A tumultuada sessão na qual foi aprovada a PEC da Previdência na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), nesta sexta-feira (30), poderia ter terminado sem que a votação ocorresse, não fosse a manifestação, sobretudo de policiais civis, com arremesso de ovos, empurrões e até intimidação com a exibição de armas. A avaliação é do deputado estadual Targino Machado (DEM), líder da oposição.

“Alguns deputados iriam votar contra, mas se revoltaram com as agressões e mudaram de posição. As vaias e manifestações são salutares para a democracia, mas não tinha que jogar ovos, a votação nem seria ontem, aquilo foi um tiro no pé. Tinha dez deputados para falar, cada um 20 minutos. Tinha de votar até meia noite, ia passar o tempo e não ia votar nem o primeiro turno”, disse Machado.

A PEC da Previdência foi aprovada por 44 votos a 9 – ao todo, são 63 deputados estaduais. A lista com a votação não foi divulgada pela ALBA, mas extraoficialmente sabe-se que os que votaram contra foram os deputados Targino Machado, Pastor Tom (Patriota), Capitão Alden (PSL), Soldado Prisco (PSC), José de Arimateia (PRB), Jurailton Santos (PRB), Kátia Oliveira (MDB), David Rios (PSDB) e Hilton Coelho (Psol).

O deputado Targino Machado relatou cenas da confusão: “Eu estava sentado na minha posição, então um camarada passou por mim correndo e deu um chute no deputado Paulo Câmara, era policial civil, que deve ter responsabilidades maiores do que os outros. No fundo, de repente, um outro policial puxa uma arma para dois deputados”.

A sessão marcou o encerramento da convocação extraordinária feita pelo governador Rui Costa (PT), feita durante o recesso parlamentar. Por conta disso, cada deputado que compareceu às votações terão direito a receber R$ 50 mil.